A crise financeira em andamento que afeta a agência de viagens online 123milhas resultou em uma série de consequências, incluindo a suspensão de pacotes com datas flexíveis e a emissão de passagens promocionais. Nesse sentido, essa recessão também lançou sua sombra sobre os usuários da HotMilhas, o serviço de compra de milhas aéreas vinculado à empresa. Via plataformas de mídia social e aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram, os viajantes frequentes estão compartilhando relatos de pagamentos atrasados pela venda de suas milhas.
Com isso, em resposta a questionamentos feito por jornais, a HotMilhas revelou que enfrentou atrasos na realização de pagamentos a clientes, inicialmente agendados para 25 de agosto. Além disso, eles interromperam temporariamente o serviço de compra de milhas aéreas em sua plataforma, atribuindo essa decisão a uma queda substancial nas vendas experimentada por sua empresa controladora, conforme detalhado abaixo.
Aumenta o número de reclamações do grupo 123milhas e hotmilhas no Reclameaqui
Desde a terça-feira, dia 29, a plataforma do Reclame Aqui acumulou mais de 500 comentários, quase todos direcionados a atrasos nos pagamentos ou preocupações acerca do cumprimento dos prazos pela HotMilhas. Em fóruns online, os relatos ecoam as mensagens do Reclame Aqui, destacando a escassez de respostas ou a demora nas interações pelo chat da empresa. Alguns membros desses grupos compartilham ter valores pendentes com a HotMilhas que chegam a ultrapassar R$ 100 mil até o final do ano, embora as expectativas de pagamento sejam modestas.
No sábado, dia 26, o site da HotMilhas chegou a ficar temporariamente indisponível, resultando na suspensão temporária do serviço de compra de milhas. No entanto, na manhã desta quarta-feira, dia 30, a plataforma já estava novamente acessível, permitindo aos usuários realizar cotações de milhas.
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Credores encontram-se preocupados com os recebimentos
A falha da empresa em cumprir os prazos está mergulhando outros usuários que ainda têm valores pendentes para os próximos meses em um cenário carregado de incerteza e apreensão. Uma arquiteta residente em Belo Horizonte (MG), que também optou por não ser identificada, é um exemplo dessa situação. Ela está aguardando um pagamento de R$ 53 mil por vendas realizadas entre o início de setembro e janeiro de 2024.
“Eu sinceramente não acredito mais que vou receber esse dinheiro, sabe? Não acredito mesmo, não estou mais contando com isso. O impacto é enorme”, lamenta a arquiteta. Ela e seu namorado começaram a utilizar o serviço de venda de milhas há um ano e oito meses, e ela revela ter adquirido um pacote de viagem para Paris através da 123milhas. “Quando as notícias surgiram, minha primeira preocupação foi com o pacote de viagem. Mas depois, ao ver os relatos das pessoas, pensei ‘nossa, existe a possibilidade de a HotMilhas não nos pagar‘… E isso é muito pior do que perder uma viagem”, compartilha.
Como funciona a Hot milhas
A HotMilhas, uma subdivisão da empresa controladora 123milhas, atua como uma plataforma para aquisição de milhas aéreas. Através dela, clientes de programas de fidelidade de companhias aéreas brasileiras, como Smiles, Tudo Azul e Latam Pass, têm a possibilidade de vender seus acúmulos de milhas. Embora as companhias aéreas imponham regulamentos que proíbem ou restringem a transferência de milhas, a plataforma alega que a venda de milhas é permitida, destacando em seu site que “a propriedade das milhas pertence ao titular e a legislação não veda sua comercialização”.
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