Aparentemente, o casal Jonathan e Diana Toebbe viviam uma vida pacata na cidade de Annapolis, na costa do Estado de Maryland. Em uma tradicional casa de tijolos vermelhos, ambos pareciam ter uma vida confortável e bem sucedida profissionalmente.
No entanto, a vida pacata foi interrompida há alguns dias quando agentes federais invadiram a casa dos Toebbe. Os policiais seguiram o casal até o condado de Jefferson, em West Virginia, onde Toebbe, de 42 anos, e a mulher de 45, estavam tentando trair a pátria. Pelo menos, é o que diz o Governo dos Estados Unidos da América (EUA).
O casal Toebbe foi acusado de tentar vender segredos militares a um governo estrangeiro. Este crime é passível de prisão perpétua, caso sejam considerados culpados. A audiência sobre o caso foi aberta em West Virginia a caráter extraordinário de segurança nacional, tendo em vista que aborda as razões pelas quais o casal decidiu arriscar tudo para se tornarem superespiões.
A suposta espionagem começou em abril de 2020, quando um engenheiro nuclear da Marinha norte-americana contatou um representante do governo estrangeiro com o propósito de enviar um pacote pelo correio com um bilhete dizendo que poderia fornecer informações sobre submarinos nucleares. O homem era um especialista em acesso a dados sigilosos e trabalhava no Gabinete do Chefe de Operações Navais, e afirmou ter acesso a informações sobre sistemas de propulsão nuclear usados em submarinos.
Aparentemente, este governo preserva relações amistosas com os EUA. Mas o que o casal não esperava é que representantes do governo estrangeiro cooperaram com as autoridades norte-americanas, possibilitando que a armadilha contra os Toebbe fosse preparada. Ao que tudo indica, o governo estrangeiro era um aliado, como a França, e não a Rússia ou a China. Mas até o momento, nenhuma informação sobre o país envolvido foi confirmada.
Após tomar conhecimento de toda a documentação, o FBI enviou agentes disfarçados de representantes estrangeiros para entrar em contato com Toebbe, alegando estarem interessados no que ele poderia oferecer. Foi então que, por vários meses, Toebbe passou a deixar arquivos confidenciais em cartões de memória SD em locais usados por espiões para entregar materiais de inteligência, os famosos dead drops. A esposa era a vigia das ações.
Toebbe dizia estar vendendo uma tecnologia de propulsão que era um dos segredos mais bem guardados e se tornou o pilar de um negócio de alto risco. Toebbe contrabandeou documentos para fora do trabalho aos poucos, algumas páginas por vez.
“Fui extremamente cuidadoso ao reunir os arquivos que possuo, lentamente e naturalmente na rotina do meu trabalho, para que ninguém suspeitasse do meu plano”, ele escreveu em um bilhete para seu suposto conspirador.