A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta quarta-feira (23) a mais recente Pesquisa Especial de Crédito. De acordo com os dados, a carteira total de crédito no Brasil deve ter registrado um crescimento de 0,7% em outubro, em relação a setembro.
Por outro lado, o ritmo de expansão em 12 meses desacelerou, de 16,8% para 15,7%. Embora tenha recuado, o nível continua bastante elevado. “Os números devem reforçar a perspectiva de mais um forte crescimento do crédito neste ano, que deve ficar na casa de 14%”, explicou a entidade.
O levantamento revelou que a carteira total de crédito deve ter avançado em outubro devido ao saldo destinado às empresas, que deve ter avançado 2,2%. Por sua vez, o crédito para as famílias deve ter tido um avanço um pouco mais tímido, de 1,1% no mês.
“A pesquisa mostra que a alta de outubro deve ser liderada pelo crédito às empresas, com avanço de 2,2%, que segue apresentado um volume robusto de operações nos programas de crédito para as micro, pequenas e médias empresas, como o Pronampe e o FGI-Peac”, explicou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, na nota.
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Crédito rural impulsiona carteira às famílias
Ainda segundo Sardenberg, o crédito rural se destacou no mês passado, impulsionando a carteira de crédito às famílias.
“No crédito direcionado às famílias, o crescimento deve ser de 1,1%, impulsionado pelo crédito rural, beneficiado pela nova rodada do plano Safra. A reedição dos programas públicos para as micro, pequenas e médias empresas e o aumento do orçamento para apoiar a produção agropecuária nacional ajudou a manter um ritmo forte de expansão do crédito neste segundo semestre”, explicou.
“A carteira Pessoa Física (+1,6%) deve seguir em alta, ainda impulsionada pela melhora do mercado de trabalho, transferências de renda do governo e o início da operacionalização do consignado destinado aos beneficiários do Auxílio Brasil”, disse a Febraban.
“Já o crédito às empresas deve retrair 1,6%, impactado pela sazonalidade negativa das linhas voltadas ao controle do fluxo de caixa, comum no início de trimestre”, acrescentou, em nota.
A saber, a pesquisa funciona como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central (BC). Sua divulgação ocorre mensalmente e se baseia em dados consolidados dos principais bancos do país.
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