A Justiça do Trabalho de São Paulo condenou, nessa sexta-feira (08), a rede de hipermercados Carrefour ao pagamento de danos morais no valor de R$ 6 mil para uma ex-empregada, que ocupava o cargo de confeiteira, por oferecer situações graves de segurança, higiene e saúde mental no ambiente de trabalho.
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De acordo com o processo, morcegos, baratas, insetos, equipamentos de segurança coletivos e até “quartinho da humilhação” foram constatados no local de trabalho da ex-empregada. Tudo isso com ciência dos superiores hierárquicos, constatou as investigações.
Irregularidades no Carrefour
Durante sentença, a juíza responsável pelo caso, Luciana Bezerra de Oliveira, afirmou que saltam aos olhos as irregularidades cometidas pelo empregador relacionadas à higiene e segurança do trabalho, e também surpreende o Juízo, no mau sentido, que uma empresa do porte do Carrefour, com unidades em vários países, possa cometer tantas irregularidades em matéria de higiene alimentar com os seus clientes.
“Mais do que isso: está demonstrado que a reclamada submete seus empregados a situações degradantes e indignas de trabalho, não lhes oferecendo sequer banheiros decentes para suas necessidades”, afirmou Luciana Bezerra de Oliveira.
Produtos fora da validade
Ainda segundo a magistrada que proferiu a sentença, todas as infrações foram comprovadas por provas testemunhais e periciais, sendo que o hipermercado não realizou nenhuma prova em sentido contrário.
“Testemunhas revelaram que os funcionários eram obrigados a vender itens com a validade vencida, e que eram denominados ‘produtos reformados'”, revelou o processo.
“A reclamante era constantemente chamada para uma conversa privada em local apelidado pelos colegas de ‘quartinho da humilhação’, de onde saía ‘abalada e muito triste'”, revela outro trecho da sentença.
Equipamentos de segurança insuficientes
De acordo com o processo, uma perícia realizada no local constatou ainda que, além de coletivos, os equipamentos de segurança eram insuficientes para que a autora da ação pudesse realizar seu trabalho em segurança.
“Ela entrava diariamente em câmera fria sem a devida proteção, usando somente jaqueta térmica, e era exposta constantemente a agente inflamável em recinto fechado sem a devida segurança”, revela a sentença. Por isso, a magistrada também deferiu pedido de adicional de insalubridade e periculosidade.
Por fim, a juíza Luciana Bezerra determinou que sejam expedidos ofícios para a Secretaria de Relações do Trabalho, a Vigilância Sanitária e o Ministério Público do Trabalho, com cópia da sentença, das fotografias encartadas com a inicial e da ata de audiência para as providências necessárias.
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