O Grupo Carrefour Brasil apresentou, no primeiro trimestre deste ano, um lucro líquido 95% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Conforme informações publicadas nesta quarta-feira (26) pelo jornal “Folha de S. Paulo”, o valor do lucro ficou em R$ 29 milhões.
Conforme o jornal, sem o ajuste, que descontou principalmente gastos com imposto de renda ligados à venda de imóveis (operação de sale and leaseback) e reestruturação de pessoal em razão da integração com o grupo Big, o Grupo Carrefour Brasil teria havido prejuízo de R$ 249 milhões.
Em entrevista à publicação citada, Eric Alencar, que é o CFO da companhia, explicou que, como esses itens são ajustados com frequência, é possível que as casas de análise considerem os números ligeiramente acima de suas projeções, que indicavam prejuízo para o grupo no terceiro trimestre.
Conforme ele, o Ebitda da empresa foi ajustado foi de R$ 1,3 bilhão, com queda de 21,7% em relação ao apresentado um ano antes. Para Eric Alencar, o número foi impactado pelos gastos de integração do Big, mas também pelas vendas mais fracas em razão da queda da inflação.
“ Com os preços em queda, a bandeira de atacarejo do Grupo, o Atacadão, tende a vender menos para os clientes que compram no atacado”, disse ele, relatando ainda que a perspectiva é a de que os produtos fiquem mais baratos desestimula o segmento a fazer grandes estoques.
“Porém, os gastos das lojas, mesmo com vendas menores, continuam os mesmos, afetando a margem do negócio”, completa o CFO da companhia, detalhando, todavia, que o que realmente pesou nas margens foi a integração do Grupo Big, visto que a empresa terminou, no segundo trimestre, a conversão de lojas para os formatos das marcas do Carrefour e do Atacadão.
Vendas do Grupo Carrefour Brasil
A receita líquida da companhia foi de R$ 25,9 bilhões, com alta de 8,1%, com vendas totais em R$ 29 bilhões, alta de 9,7%. De acordo com Erik Alencar, os efeitos da queda da inflação aparecem, principalmente, nas vendas em mesmas lojas do Atacadão (conceito que considera apenas as lojas que já estavam abertas há um ano): houve queda de 4,3%.
No varejo, as vendas brutas do varejo, por sua vez, atingiram R$ 7,5 bilhões, com alta de 6,4% na comparação anual, sendo R$ 5,9 bilhões no Carrefour e R$ 1,6 bilhão no Big. Por outro lado, o faturamento do Banco Carrefour totalizou R$ 14,6 bilhões, alta de 13,4%, impulsionado pelo crescimento de dois dígitos do cartão de crédito Atacadão (+17,7%) e crescimento de 7,4% do cartão de crédito Carrefour.
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