As empresas brasileiras captaram R$ 105,2 bilhões no mercado de capitais domésticos no primeiro trimestre deste ano. Esse é o maior volume de captação já registrado para o primeiro trimestre de um ano. Pelo menos é o que aponta a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que divulgou os dados nesta terça-feira (12).
De acordo com o levantamento, o grande destaque dos três primeiro meses deste ano foram as emissões de renda fixa. Em resumo, o aumento da taxa básica de juro da economia, que está em 11,75% ao ano, fez as empresas captarem R$ 93,5 bilhões com dívida e outros instrumentos. A saber, este valor ficou 32,2% superior ao registrado no mesmo período de 2021.
Por outro lado, a renda variável sofreu um forte tombo na comparação anual. As emissões de ações do segmento totalizaram R$ 11,7 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O valor representa uma forte queda de 63,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Os juros elevados e a migração dos recursos para renda fixa atrapalham a renda variável”, afirmou o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni. Em suma, juros elevados tornam a renda fixa mais atrativa, enquanto a variável tende a oferecer um retorno financeiro menos expressivo para os investidores.
Veja mais detalhes da captação das empresas no trimestre
Segundo Laloni, as emissões de notas comerciais se destacaram nos três primeiros meses deste ano. “Esses títulos começaram a ser emitidos em 2021 com um volume de R$ 2,7 bilhões, e, apenas no primeiro trimestre deste ano, já estamos com quase R$ 10 bilhões de captação nesse novo instrumento”, disse.
Ele também afirmou que as captações no mercado externo estão menores do que os dados registrados nos últimos anos. “O mercado externo também foi fraco, porque, tradicionalmente, os primeiros trimestres são uma janela de captação externa”, explicou.
“As empresas brasileiras captaram US$ 3,8 bilhões entre janeiro e março de 2022. No mesmo período do ano passado, a cifra atingiu US$ 7,6 bilhões”, detalhou Laloni.
Leia Também: Reclamações sobre compras online disparam 653% em 2 anos