Conhecida como “Capitã Cloroquina” após a defesa reiterada de medicamentos ineficazes para tratamento da Covid-19, Mayra Pinheiro foi exonerada nesta segunda-feira (14) do cargo de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde.
O ato foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e revela que ela não ficará longe da gestão do presidente da república, Jair Bolsonaro (PL). Isso porque Mayra Pinheiro assumirá o cargo de Subsecretária da Perícia Médica Federal da Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência.
Médica, Mayra Pinheiro ficou conhecida nacionalmente no ano passado, quando foi alvo da CPI da Covid-19, comissão criada para investigar as ações e omissões do governo federal durante a pandemia.
Em sua oitiva, a “Capitã Cloroquina” confessou que o Ministério da Saúde realmente recomendou o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19, mesmo que pesquisas científicas mostrassem que o medicamento não é eficaz contra o vírus.
Mayra Pinheiro também foi citada em outros depoimentos. Nessas oitivas, os depoentes afirmaram que ela defendeu o uso da cloroquina alguns dias antes do colapso por falta de oxigênio em Manaus, no Amazonas.
Não suficiente, essas pessoas que foram à CPI da Covid-19 revelaram que a ex-secretária entrou em contato com o governo de Portugal para oferecer ao país europeu esses medicamentos ineficazes contra a Covid-19.
Mayra Pinheiro: a favor da cloroquina, contra a vacina
Recentemente, Mayra Pinheiro foi às redes sociais fazer campanha em desfavor da vacinação contra a Covid-19 nas crianças e adolescentes. Segundo as informações, as publicações relacionadas ao tema receberam o aval da família de Bolsonaro, que também é contra a imunização do público infantil.
Manifestações do currículo
A última polêmica da “Capitã Cloroquina” enquanto estava à frente da secretária do Ministério da Saúde veio à tona na semana passada, quando ela incluiu em seu currículo a participação dela nos atos antidemocráticos do dia 7 de Setembro de 2021.
Além de ter participado, a mulher também fez postagens em redes sociais defendendo as manifestações pró-Bolsonaro, convocadas pelo próprio chefe do Executivo.
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