O canal bolsonarista “Terça Livre” voltou ao ar nesta sexta-feira (23) após uma decisão da Justiça de São Paulo, que determinou que o YouTube, pertencente ao Google, reative o canal comandado por Allan dos Santos, investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a propagação de fake news.
A decisão expedida pelo desembargador Mathias Coltro, da 5ª Câmara de Direito Privado do TJ, é liminar, isto é, provisória. De acordo com o juiz, o não cumprimento da determinação renderia uma multa diária de R$ 10 mil ao Youtube.
Assim como já explicou o Brasil123, o canal em questão já foi desativado em duas oportunidades. A primeira vez em que saiu do ar foi em fevereiro, quando a plataforma afirmou que o canal teria infringido as diretrizes da plataforma – alguns dias depois, a justiça decretou o retorno do perfil. Já na semana passada, uma nova decisão da Justiça retirou o perfil do ar outra vez.
Nesta segunda decisão, o desembargador afirmou que manter o “Terça Livre”, no ar há mais de 6 anos, desativado, seria desproporcional. Em sua justificativa, ele lembrou que o canal conta com mais de um milhão de inscritos e 8 mil membros assinantes, “além de contar com uma equipe de 50 funcionários, que tem inúmeras contas a pagar”.
Dono do canal na mira do STF
Atualmente, o comandante do canal, Allan dos Santos, é alvo do STF em dois inquéritos. Um é o que apura os ataques ao Supremo por meio da propagação de conteúdo falso na internet. O outro investiga um suposto financiamento de atos antidemocráticos.
Em ambos os casos, Allan dos Santos diz que não tem envolvimento com irregularidades. No inquérito das notícias falsas, inclusive, ele afirma que a investigação é “inconstitucional”. Em 2020, ele anunciou que deixou o Brasil, mas não divulgou onde está morando.
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