O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (11) que o pico da inflação no país deve ser atingido entre abril e maio. Após esse período, a taxa inflacionária deve registrar queda “um pouco mais rápida”, segundo o presidente do BC.
“A gente tinha uma percepção que ia ver o pico de inflação perto de dezembro, janeiro. Aí a gente viu uma quebra de safra, que não é pouco relevante, e a gente estava vendo o petróleo indo pra 60 [dólares, preço do barril], de novo ele voltou indo pra cima de 90“, disse Campos Neto.
“Isso gerou uma quebra de percepção em relação ao que era o pico. A gente imagina hoje uma coisa entre abril e maio, e depois vai ter uma queda da inflação um pouco mais rápida”, acrescentou o presidente do BC. Aliás, as declarações de Campos Neto ocorreram durante evento promovido pela Esfera Brasil. Em suma, esta organização promove debates relacionados ao empreendedorismo.
De acordo com Campos Neto, há duas razões principais que explicam essas variações expressivas. A primeira é o forte aumento dos preços dos alimentos entre 2020 e 2021. Ao mesmo tempo, a desvalorização do real ante o dólar piora ainda mais essa situação, segundo o presidente do BC.
Campos Neto também cita combustíveis
Além disso, o presidente do BC também disse que o aumento dos juros no Brasil fez o país sair na frente das demais nações. “O Brasil saiu na frente no aumento de juros, e a gente vem defendendo essa tese que estamos acompanhando de perto e que vamos usar todos os instrumentos disponíveis pra trazer [a inflação] pra meta”, afirmou Campos Neto.
A saber, a inflação no Brasil chegou a 10,06% no acumulado de 2021, maior patamar em seis anos. Inclusive, a taxa só não ficou maior que esse nível devido à atuação do BC, com o Comitê de Política Monetária (Copom) do banco elevando sete vezes a taxa básica de juros em 2021. E é justamente sobre isso que Campos Neto ressalta a atuação do BC.
Para 2022, a meta central de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5%. No entanto, a taxa será formalmente cumprida se ficar entre 2% e 5%. Em síntese, o CMN também define intervalos inferior e superior para a meta, de 1,5 ponto percentual. Contudo, o Copom acredita que a inflação superará a meta neste ano.
Leia Mais: Dólar cai pela quinta semana consecutiva e está cotado a R$ 5,24