A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou neste sábado (15) um novo adiamento da divulgação da carta escrita aos evangélicos. A informação do adiamento foi revelada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), responsável pela interlocução da campanha de Lula com o eleitorado evangélico, em entrevista à “TV Globo”.
De acordo com as informações, o adiamento aconteceu por dois motivos. O primeiro é que ainda não há uma versão final sobre todos os pontos da carta. O segundo é que o ex-presidente e sua campanha decidiram que o correto é priorizar a preparação para o debate contra o chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), que acontece neste domingo (16).
A carta da campanha de Lula para o setor evangélico tem como foco combater a disseminação de fake news contra o petista entre o segmento. Nos últimos meses, sobretudo após o início da campanha eleitoral, apoiadores do presidente passaram a disseminar informações falsas como a que Lula pretende fechar as igrejas caso seja eleito.
Religião pautando a eleição
Neste sábado, a cientista política Deysi Cioccari relatou que o debate sobre religião no segundo turno da eleição, marcado para o próximo dia 30 de outubro, tem promovido o que ela classifica como uma “guerra santa” entre os dois candidatos.
“O PT e a esquerda surgiram das comunidades eclesiais de base, enquanto o bolsonarismo ganhou força entre os evangélicos. Tanto Lula quanto Bolsonaro reforçam uma luta de ‘bem contra o mal’ entre católicos e evangélicos que entrou com muita força no segundo turno e deve seguir assim até o final das eleições”, disse a especialista em entrevista ao canal “CNN Brasil”.
“Até porque, as comunidades religiosas se tornaram redutos eleitorais de cada candidato”, explicou Deysi Cioccari, completando que, em sua visão, a religião agrega um componente importante às eleições: o medo. Por conta disso, ela destaca que o tema continuará pautando as eleições até o fim
“A religião trabalha com atalhos cognitivos muito mais facilmente do que números duros de educação, transportes ou quaisquer outros dados que se refiram a ministérios. Por isso acho que vai continuar a pautar as eleições até o final”, comentou durante a entrevista a cientista política.
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