As campanhas dos dois candidatos à presidência da República trataram de temas diferentes nesta quarta-feira (19). Isso porque, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se concentrou em falar com o público evangélico, o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) mirou concentrar críticas a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que vetou publicações da “Jovem Pan”.
Em um evento em São Paulo, Lula se encontrou com pastores evangélicos. Na ocasião, o ex-presidente divulgou uma carta direcionada à comunidade evangélica e, ao ler o documento, declarou que, “pessoalmente”, é “contra o aborto”, um dos temas mais sensíveis da atual campanha. Isso porque notícias falsas circulam pela internet afirmando que o petista pretende legalizar o ato no país caso seja eleito.
“Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República e sim pelo Congresso Nacional […] A grande maioria dos brasileiros e brasileiras que viveram os oito anos em que fui Presidente da República, sabe que mantive o mais absoluto respeito pelas liberdades coletivas e individuais, particularmente pela liberdade religiosa”, afirmou Lula.
Por outro lado, Jair Bolsonaro participou do podcast do “O Antagonista”. Na ocasião, ele criticou a decisão do TSE, que assim como publicou o Brasil123, determinou que a “Jovem Pan” deve retirar, de todas as suas plataformas, conteúdos com a temática “Lula mais votado em presídios” e “Lula defende o crime”.
Na ocasião, Bolsonaro disparou que a determinação do TSE de censurar as publicações da “Jovem Pan” mostram que o Judiciário tem “interesse em um dos candidatos”, uma clara alusão ao ex-presidente Lula, que enfrenta Bolsonaro no segundo turno das eleições, marcada para o próximo dia 30 de outubro, último domingo do mês.
“O que transparece para gente, eu não posso afirmar, que por parte de alguns do Judiciário, há um interesse por um candidato, tanto que a censura, desmonetização, derrubada de página, só existem do nosso lado, do lado de lá tem barbaridades acontecendo e ninguém toma providência no tocante a isso”, afirmou.
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