Advogados que cuidam da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que neste ano tenta voltar ao Palácio do Planalto, tornaram a acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o objetivo de barrar publicações que circulam pelas redes sociais, principalmente aqueles de apoio ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputará o segundo turno das eleições contra o petista.
Nesta terça-feira (11), a campanha de Lula acionou o TSE pedindo para que a Corte determine a retirada de publicações que dizem que Lula teria postado um tweet dizendo que ganharia as eleições “com a ajuda do pai Xangô”. Na publicação, também consta que, caso eleito, o petista deve acabar com o “cristianismo” no Brasil.
Na ação enviada ao TSE, os advogados Angelo Ferraro e Cristiano Zanin Martins afirmam que o ex-presidente jamais fez tal afirmação – os defensores anexaram ao processo notícias de veículos de comunicação que apuraram que o tweet atribuído ao petista, de fato, jamais existiu. Além disso, Lula tem dito em inúmeras oportunidades que apoia não somente as religiões evangélicas e católicas como todas as formas de expressões religiosas.
“Esse material foi compartilhado com o intuito de manipular o eleitorado no sentido de que o ex-presidente Lula seria contra o cristianismo e, assim, incrementar a ‘guerra cultural’ industrializada por um já denunciado ‘ecossistema de desinformação’ bolsonarista”, afirmaram os advogados, que ainda ressaltaram que a “desinformação significa prática antijurídica, que afeta a liberdade de conhecimento dos cidadãos e, automaticamente, influencia negativamente no processo democrático”.
“Dessa forma, no presente período eleitoral, o combate à desinformação deve ser realizado com o máximo rigor e eficiência, sob pena de subversão da própria democracia”, disse a defesa de Lula, que afirma que a manipulação da verdade em ano eleitoral e a propagação de desinformação acabam afetando toda a lisura do processo.
“Assim, é preocupante a leviana estratégia de manipulação de narrativas com consequente violação da liberdade de pensamento e cidadania dos eleitores brasileiros”, afirmaram os advogados na ação enviada ao TSE, que deve dar um parecer sobre o caso nesta quarta-feira (12).
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