No domingo (30), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi declarado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como o 39° presidente eleito no Brasil, após ter vencido o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) por uma vantagem de pouco mais de dois milhões de votos.
Desde o anúncio de que o petista havia conquistado 50,90% dos votos contra 49,10% de Bolsonaro, passaram a circular nas redes sociais inúmeros vídeos que mostram caminhoneiros que apoiam o atual presidente fechando rodovias pelo país.
Em uma dessas gravações, supostamente feita em Santa Catarina, um caminhoneiro avisa que o Brasil ficará parado por 72 horas. De acordo com o profissional que está gravando as imagens, este tempo irá servir para que o Exército “assuma o controle do país”.
Toda essa movimentação acontece porque apoiadores do presidente, que ainda não se pronunciou após a derrota, diferentemente do que fizeram todos os outros chefes de poderes no Brasil e líderes internacionais como, por exemplo, os presidentes dos Estados Unidos, China, Reino Unido e França, não aceitam a derrota nas urnas e, por isso, dizem que não vão sair das rodovias até que o golpe militar se concretize no país.
De acordo com números revelados nesta segunda-feira (31) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o momento, existem relatos de bloqueios feitos por caminhoneiros no Distrito Federal e também em 16 estados brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e outros.
Essas paralisações não têm o apoio de toda a categoria. Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Marconi França, que é líder dos caminhoneiros autônomos, classificou essas interdições como “tumulto” e “vandalismo”. “Não vai ser meia dúzia de baderneiros que vai tentar fazer uma paralisação usando o nome dos caminhoneiros. Não é um ato de reivindicação da nossa categoria”, disse.
“Esses que estão tirando o seu direito de ir e vir não são caminhoneiros raiz, são aquelas mesmas figurinhas que estavam querendo dar um golpe político no dia 7 de setembro”, completou ele, que ainda pediu para que os profissionais que estão manifestando aceitem a vitória de Lula nas urnas.
“Vamos esperar o novo governo assumir, fazer as nossas reivindicações e mostrar as nossas pautas. Se não nos atenderem, poderemos nos reunir para avaliar se vamos ou não às pistas. Neste momento, temos que aceitar, porque vivemos em um país democrático”, finalizou.
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