Um vídeo que circula pelas redes sociais deste sábado (04) mostra que caminhoneiros do agro, mesmo sem o apoio oficial das representações da categoria, estão se organizando a fim de comparecer na manifestação em Brasília no feriado do 7 de Setembro.
Em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um dos vídeos mais compartilhados é o do caminhoneiro Marinaldo Machado, que é parceiro de Marcos Antônio Pereira, conhecido como “Zé Trovão”.
“Zé Trovão”, que é aliado de Bolsonaro, é também conhecido por desafiar o Supremo Tribunal Federal (STF), está foragido da Justiça desde sexta-feira (03), após o ministro do Supremo, Alexandre de Morais, determinar pela prisão dele por conta de atos antidemocráticos.
Voltando a Marinaldo: o caminhoneiro informou em seu vídeo que no feriado da Independência haverá uma paralisação em todas as rodovias. De acordo com ele, o ato começará às 18h e apenas viaturas de polícia, corpo de bombeiros, caravanas, caminhões com cargas perecíveis ou com oxigênio poderão trafegar durante o ato.
“No dia sete de setembro será dado o segundo grito de liberdade dos brasileiros. Nós que estaremos lutando contra a exoneração dos 11 ministros e também da contagem pública de 100% das urnas em todo território nacional”, diz Marinaldo no vídeo.
Em outro momento, o caminhoneiro diz que a bandeira do Brasil é verde e amarela e “jamais será vermelha “. “Estaremos fazendo história ao vivo”, afirmou Marinaldo, que completa usando uma frase de apoiadores de Bolsonaro: “Supremo é o povo”.
Após a divulgação do vídeo, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista divulgou uma nota repudiando a gravação.
“Esta Frente Parlamentar repudia veementemente qualquer ação ou pretensão declarada que viole as garantias constitucionais do Estado Democrático de Direito e da coexistência de poderes institucionais independentes e harmônicos entre si”, publicou no final de sábado (04).
Ainda no documento, que é assinado pelo deputado federal Nereu Crispim (PSL/RS), a Frente afirma ser um retrocesso social “inadmissível” os chamamentos articulados nas redes sociais para participação de caminhoneiros em atos antidemocráticos no dia 7 de setembro.
“Não há espaço para omissão dos representantes de direitos da categoria dos caminhoneiros autônomos e celetistas que devem expressamente manifestar-se contra ato atentatório dos pilares da democracia”, acrescenta o documento.
Participação de caminhoneiros: “vontade individual”
Outro documento sobre uma eventual ação dos caminhoneiros foi liberado também neste sábado (04). Desta vez, quem se pronunciou foi a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
Na nota, a confederação, apesar de não deixar claro se apoia ou não as manifestações, disse que uma eventual participação de caminhoneiros nas manifestações do dia 7 de setembro “representará a vontade individual” do transportador.
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