A política cambial exerce um papel fundamental na economia de um país, ela define o regime da taxa de câmbio para melhor atender os interesses econômicos do país, definindo também as relações financeiras do país com o restante do mundo.
Dessa forma, as taxas de câmbio costumam afetar diretamente a vida dos residentes de um determinado país, pois seu aumento ou diminuição são refletidos nos preços dos produtos importados e exportados. No caso dos importados, definem a inflação local. Por exemplo, a atual taxa de câmbio é um dos principais motores da alta inflação no Brasil.
Contudo, a taxa de câmbio costuma ser influenciada por diversos fatores macroeconômicos e é a política cambial do país em relação à taxa que irá definir o seu comportamento perante ao mercado. Existem três tipos de políticas para a taxa de câmbio: a fixa, flutuante e híbrida. Neste texto iremos abordar a taxa de câmbio flutuante, a política cambial adotada pelo Banco Central. Além disso, também será explicado em que momento essa flutuação se torna “suja”.
Entendendo o câmbio flutuante como política cambial
A taxa de câmbio é, em linhas gerais, uma forma de medir o valor de uma moeda estrangeira com a moeda local. Em países emergentes é fundamental o país conhecer qual é a sua taxa de câmbio, visto que moedas estrangeiras, principalmente o dólar, desempenham papel fundamental, sendo largamente utilizadas no comércio.
No regime de câmbio flutuante, os bancos centrais dos países não realizam interferência no mercado para determinar a taxa de câmbio, mas sim para manter as funcionalidades da operação. Com isso, neste regime, o mercado de câmbio flutua livremente, sendo regulado pela oferta e demanda.
A relação da moeda local com a taxa de câmbio funciona da seguinte forma: quando há escassez da moeda estrangeira, a taxa de câmbio aumenta e, consequentemente há desvalorização cambial (moeda local), por outro lado, quando há maior oferta da moeda estrangeira, a taxa de câmbio cai e, com isso, a valorização cambial (moeda local).
A flutuação suja
No entanto, embora a política cambial brasileira utilize a taxa de câmbio flutuante, existem intervenções pontuais do Banco Central. Essas intervenções diretas do Banco Central devido a política econômica adotada pelo país, influenciando a taxa de câmbio, é chamada de flutuação suja.
Dessa forma, isso significa que existe intervenção eventual das autoridades monetárias do país na taxa de câmbio, sendo assim o mercado cambial não é totalmente livre. Embora exista a interferência das autoridades monetárias, é importante não confundir com o câmbio fixo, onde as autoridades estão sempre atuando para manter a taxa de câmbio em um determinado valor.
O principal objetivo da flutuação suja é reduzir a volatilidade no mercado de câmbio, visto que, quando a oscilação é muito significativa, pode acarretar em diversos prejuízos, como a inflação, incerteza na administração das empresas e fuga de capitais de investidores estrangeiros. Com isso, o Banco Central irá realizar interferências quando de fato houver necessidade para manter o valor da moeda dentro dos padrões que foram definidos.