A Caixa Econômica Federal anunciou que, em 2023, distribuirá 99% do lucro do FGTS, equivalente a R$ 12,719 bilhões, para os trabalhadores que possuem contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, desde que tinham saldo em 31 de dezembro de 2022.
Com isso, essa distribuição de ganhos representa a maior parte do lucro total do fundo. Que alcançou R$ 12,848 bilhões no ano anterior. Ao todo, cerca de 217 milhões de contas serão beneficiadas, e a Caixa terá até o final do mês para efetuar o depósito.
Assim, o anúncio foi feito pelo Conselho Curador do FGTS, autorizando a Caixa a proceder com o processamento dos valores e o pagamento imediato do montante. Essa medida pretende proporcionar um retorno significativo aos trabalhadores, reforçando a importância do FGTS como uma reserva financeira relevante para os beneficiários. No ano anterior, o FGTS já havia distribuído R$ 13,2 bilhões, evidenciando a continuidade do compromisso em repassar os ganhos do fundo de maneira justa e transparente aos trabalhadores brasileiros.
Rentabilidade do FGTS supera a inflação do período
A rentabilidade do FGTS em 2023 será de 7,9%, superando a taxa de inflação medida pelo IPCA, que foi de 5,79% em 2022. Apesar desse crescimento favorável, a rentabilidade do fundo ainda ficará abaixo da poupança. Que registrou um rendimento de 7,89% no mesmo período. Embora o FGTS continue a apresentar um retorno positivo acima da inflação, a comparação com outras opções de investimento destaca a importância de avaliar diferentes alternativas para potencializar os ganhos financeiros dos trabalhadores.
Em suma, embora o FGTS mantenha uma taxa de rentabilidade favorável, superando a inflação medida pelo IPCA. Ainda assim, ele fica em desvantagem em relação à poupança, que ofereceu um rendimento ligeiramente maior no ano anterior. Com isso, é essencial que os trabalhadores considerem suas opções de investimento de forma criteriosa. Com isso, buscando a melhor adequação às suas necessidades e metas financeiras.
O pagamento do lucro do FGTS é realizado de maneira direta pela Caixa Econômica Federal. Que credita os valores na conta individual de cada trabalhador. Ao efetuar o depósito, o extrato do FGTS exibe a informação “AC CRED DIST RESULTADO ANO BASE 12/XXXX”
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Remuneração e ganho do Fundo
A remuneração do FGTS atualmente consiste em uma taxa fixa de 3% ao ano, acrescida da TR (Taxa Referencial), que tem rendido próximo a zero. Essa estrutura de rendimento tem sido alvo de questionamentos devido ao seu impacto na reposição do poder de compra dos trabalhadores ao longo do tempo. Vários cálculos têm apontado perdas significativas, variando de 24% nos últimos dez anos a até 194% para aqueles que possuem valores no fundo, desde 1999.
Um estudo da Força Sindical realizado em 2014 exemplifica esse cenário. Assim, demonstrando que um trabalhador que tinha R$ 1.000 depositados no FGTS em 1999 acumulou, até 2013, um saldo de R$ 1.340,47. No entanto, se fosse aplicada a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), utilizado para corrigir os salários, o valor deveria alcançar R$ 2.586,44, gerando uma diferença de R$ 1.245,97.
Em defesa de uma correção mais vantajosa, especialistas argumentam que o dinheiro depositado no FGTS é uma parcela do salário dos trabalhadores e não deve resultar em perdas, uma vez que não se trata de um investimento voluntário.