Nesta segunda-feira (27), o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a nomeação de Caio Paes de Andrade para a ocupação no cargo de conselheiro e presidente da estatal. Em relação ao cargo de conselheiro, ele foi eleito com 8 votos a favor e 2 contra. Por outro lado, como presidente, ele obteve 7 votos a favor e três contra.
O nome de Andrade foi indicado pelo governo Jair Bolsonaro, com o intuito de substituir José Mauro Ferreira Coelho, que vinha sofrendo forte pressão de Jair Bolsonaro devido aos recentes problemas que o forte aumento dos combustíveis tem causado, principalmente em relação a sua reeleição como Presidente da República.
Contudo, o nome de Andrade não foi unanimidade entre os integrantes da companhia, visto que ele vem da área de comunicação, além de não ter qualquer experiência no setor de petróleo e energia. Mesmo assim, Caio Paes de Andrade recebeu aval do Comitê de Elegibilidade da Petrobras.
Embora tenha se tornado CEO somente agora, Andrade chegou a se reunir na última semana com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para debater a política de preços da companhia. Existe uma expectativa de que Andrade segure novos reajustes até o fim do ano.
Bolsonaro diz que Petrobras terá nova dinâmica com a posse de Andrade
Após a confirmação do nome de Andrade como novo presidente da Petrobras, Bolsonaro afirmou que a Petrobras terá uma “nova dinâmica”. Contudo, Bolsonaro afirmou que a ideia do governo é “não interferir em nada”.
“Pode ter certeza, hoje o Caio está tomando posse na Petrobras, nós teremos uma nova dinâmica na questão dos combustíveis no Brasil. Tudo vai ser analisado, na conformidade, na base da lei. Sem querermos mexer no canetaço na Lei das Estatais, sem querer interferir em nada. Mas com muito respeito, com muita responsabilidade, fazendo com o que o Brasil realmente alavanque”, disse o Presidente da República.
Executivos podem estar buscando novos empregos
A chegada de Caio Paes de Andrade na Petrobras implica em uma possibilidade da troca de toda a diretoria da Petrobras. Isso já tem feito com que alguns dos atuais diretores e gerentes executivos busquem emprego no setor privado.
Dois dos atuais diretores, além de um gerente executivo, já afirmaram ter tomado essa decisão. De acordo com eles, o maior problema não é trabalhar para realizar a redução do preço dos combustíveis, mas sim de a nova diretoria passar a trabalhar para atender aos interesses políticos do Centrão.
Nas últimas semanas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, realizou duras críticas ao antigo mandatário, José Mauro Coelho, insistindo frequentemente na sua renúncia. Além disso, Lira também chegou a ameaçar abrir uma CPI com o intuito de investigar os gastos da empresa com diárias de viagem e passagens de avião.Contudo, a decisão pela saída não é algo tão fácil, visto que, de acordo com o atual regimento da companhia, isso significa abrir mão da metade do bônus previsto para o ano, o que deve impedir a saída de grande parte dos atuais executivos da estatal.