Os economistas do país estão preocupados com o futuro do mercado de trabalho brasileiro. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a outubro vieram como um balde de água fria. E a expectativa para os próximos meses ficou mais pessimista.
Nesta semana, o Ministério do Trabalho e Previdência informou que o Brasil criou 159,4 mil empregos formais em outubro. O número veio bem mais fraco que o observado no mesmo mês de 2021, quando 252,5 mil postos de trabalho foram criados no país. A saber, isso representa uma forte queda de 36,9% no número de vagas criadas.
Além disso, os números de outubro também ficaram bem abaixo das projeções de economistas. Em síntese, a mediana das projeções de consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data indicavam que 210 mil postos de trabalho seriam criados em outubro, mas o resultado foi bem mais fraco.
Isso mostra que, apesar de o Brasil registrar dados positivos em todos os meses de 2022, a quantidade de vagas criadas está diminuindo. E é justamente essa tendência de desaceleração que preocupa o mercado e faz as projeções para o futuro ficarem cada vez menos otimistas.
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Saiba qual a expectativa de alguns economistas
De acordo com César Garritano, economista da Renascença, o resultado de outubro ligou um sinal de alerta para todo o mercado. Para ele, a forte desaceleração na criação de vagas evidencia as fortes dificuldades que o mercado de trabalho ainda precisa enfrentar nos próximos meses.
“Setorialmente, excluindo o maior número de postos líquidos criados pelo setor agropecuário, os demais trouxeram queda em bases mensais. Dentro desses, menciona-se a indústria, que há cinco leituras vem num processo de diminuição de ritmo de empregos líquidos criados”, explicou o boletim da Renascença.
Já Christian Meduna, economista do BV, a desaceleração na quantidade de vagas de emprego criadas veio em consonância com a queda na confiança de diversos setores econômicos.
Por fim, ele disse a expectativa é de crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até o final do ano. Em outras palavras, os dados do Caged deverão vir ainda mais fracos em novembro e dezembro.
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