O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou que o valor da cesta básica do país ficou mais caro em agosto. Isso aconteceu, principalmente, devido aos avanços registrados por itens muito importantes na mesa do brasileiro, como café e açúcar.
De acordo com o levantamento do Dieese, o café em pó ficou mais caro em todas as 17 capitais pesquisadas no mês. A saber, os avanços variaram entre 0,71% no Recife e 24,78% em Vitória. E essas elevações aconteceram, principalmente, porque os produtores retiveram os grãos, esperando preços melhores. Há expectativa de redução da oferta no futuro por causa das geadas, o que tende a elevar o preço do café.
Da mesma forma, o preço do açúcar também ficou mais caro em agosto, avançando em 16 capitais. As variações mais expressivas vieram de Florianópolis (10,54%), Curitiba (9,03%), Belo Horizonte (5,61%) e Recife (5,01%). Os preços caíram apenas em Rio Grande do Norte (-2,78%). Os principais fatores para a alta dos preços foram o clima seco e a geada no Sudeste, que restringiram a oferta do açúcar em agosto.
Seguindo a mesma trajetória, o leite integral ficou novamente mais caro em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As altas mais expressivas vieram de Aracaju (5,70%), João Pessoa (2,41%), Salvador (2,20%) e Rio de Janeiro (2,01%).
Por sua vez, o preço da manteiga subiu em 12 capitais, assim como em julho, com destaque para Curitiba (4,57%), Salvador (4,20%), e São Paulo (3,04%). Os preços subiram devido à redução da oferta de leite no campo, o que fez as indústrias de laticínios disputarem a compra da matéria-prima, segundo o Dieese.
O preço da batata, pesquisada no Centro-Sul do Brasil, subiu em 9 das 10 capitais. Em resumo, o tubérculo disparou em Brasília (39,64%), Rio de Janeiro (36,36%) e Belo Horizonte (33,09%) por causa da redução do ritmo da colheita, que diminuiu a oferta do produto.
Preços do arroz e do feijão caem em agosto
Por outro lado, alguns itens encerraram agosto mais baratos. Dentre eles, o arroz, cujo preço caiu em 13 cidades, com variações entre -7,67% em Aracaju e -0,54% em Fortaleza. Do lado dos avanços, os mais expressivos vieram do Recife (3,21%) e Belém (1,60%). Nesse caso, os produtores também retiveram parte da colheita, mas o preço ainda assim caiu porque a compra pelas indústrias foi menor, assim como a demanda dos consumidores.
O feijão também ficou mais barato em agosto, com o preço recuando em 13 capitais. A saber, as quedas registradas pelo tipo carioquinha variaram entre -3,94% em Campo Grande e -0,11% em Fortaleza. Já o feijão preto, pesquisado na região Sul e no Rio de Janeiro e em Vitória, caiu mais fortemente em Curitiba (-6,93%). De acordo com o Dieese, o alto preço de ambos os tipos vem diminuindo a demanda devido ao empobrecimento das famílias.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
Leia Mais: União paga R$ 617 milhões em dívidas atrasadas de estados e municípios