Teve início na noite da última terça-feira, 28, a briga entre facções em uma prisão do Equador. O evento aconteceu na cidade de Guayaquil, resultando na morte de 116 pessoas, além de outros 80 feridos.
Os dados sobre as vítimas foram confirmados pelo presidente equatoriano, Guilhermo Lasso, na última quarta-feira, 29. De acordo com o presidente, foi decretado o estado de exceção nacional em todo o sistema prisional do país. A determinação foi dada após uma reunião junto ao comitê de segurança de Guayaquil.
Durante uma coletiva de imprensa, o presidente disse que: “É lamentável que as prisões estejam se tornando território de disputas de poder por facções criminosas. O Estado equatoriano vai agir, devemos agir, e a primeira decisão que tomamos é declarar o estado de exceção do sistema penitenciário em todo o território equatoriano”.
Vale mencionar que o número de mortes registradas entre a briga de facções no Equador, ultrapassa o maior massacre da história que aconteceu em uma prisão brasileira. Trata-se do massacre de Carandiru, na capital paulista, onde 111 pessoas morreram durante o acontecimento no ano de 1992.
No Equador, os familiares dos detentos estavam aflitos ao se informarem sobre os acontecimentos pela mídia. Em busca de dados precisos, se dirigiram para os arredores da prisão na tentativa de um parecer das autoridades oficiais, além de clamar pela tomada de providências efetivas que controlem a situação e previnam as mortes.
Familiares mais desesperados foram diretamente ao necrotério situado na região Sul da cidade em busca de informações sobre os parentes. De acordo com o comandante da polícia local, Fausto Buenaño, o confronto começou quando as facções começaram uma disputa pela tomada de poder de um pavilhão da prisão. Logo nos primeiros instantes da briga, foram ouvidos tiros e explosões em diversos pavilhões.
Logo, todas as autoridades possíveis foram convocadas para ajudar no controle da situação. Foi quando encontraram corpos feridos por balas durante o tiroteio, além de várias granadas. Segundo a imprensa equatoriana, algumas vítimas estavam mutiladas, sendo cinco delas decapitadas e outras com cortes profundos em alguns membros.
Em complemento, o Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI) afirmou que a briga entre as facções teve início devido à disputa pela liderança de um pavilhão no centro da penitenciária. O diretor do SNAI, Bolívar Garzón, declarou que as investidas para tentar amenizar e controlar a situação não têm sido fáceis. O controle foi assumido na última terça, mas na noite de quarta houve novos tiroteios e explosões.
O controle da situação foi retomado pela SNAI na manhã desta quinta-feira, 30, reconhecendo a tragédia que vem se espalhando pela prisão a fora. “Essa luta entre grupos criminosos organizados que, buscando poder interno, chegam a estes níveis (de violência). A situação é realmente terrível”, afirmou Garzón.
É importante destacar que este é o terceiro conflito registrado em uma das prisões do Equador somente em 2021. Nas ocasiões anteriores, uma em fevereiro e outra em julho, provocaram a morte de 79 e 22 pessoas, respectivamente.