Perante a lei, a segunda parcela do 13º salário deve ser paga pelos empregadores aos funcionários até o dia 20 de dezembro, próxima segunda-feira. No entanto, diante das circunstâncias atuais evidenciadas pelo conjunto de crise econômica e sanitária, os brasileiros devem optar por usar o abono natalino para quitar dívidas.
Pelo menos, essa foi a apuração da Onze, uma fintech de saúde financeira e previdência privada. O levantamento apontou esta preferência por parte de 52% dos trabalhadores brasileiros. Entre as principais dívidas, estão:
- Cartão de crédito: 57%;
- Empréstimo pessoal ou consignado: 28%;
- Contas residenciais (água, luz, telefone): 23%.
Através da pesquisa também foi possível identificar que 56% dos endividados já possuem o nome restrito. Do total de entrevistados, 46% apontaram o aumento expressivo da inflação como o vilão e principal responsável pelo endividamento. Na oportunidade, o analista de investimentos da Onze, Samuel Torres, lembrou que a taxa inflacionária reflete diretamente no aumento dos preços da luz, combustível, alimentação e aluguel.
“O desemprego foi o segundo principal motivo, com 26%, seguido dos gastos emergenciais com saúde, 23%. É um número relevante se levarmos em conta o ano de pandemia”, pontuou o analista.
O levantamento da Onze com foco na aplicação do 13º salário entrevistou 4.828 pessoas de todas as regiões do país, sendo que 53% dos entrevistados receberão os valores ainda em 2021. No entanto, o uso do abono natalino para quitar dívidas não é novidade.
No ano passado, a principal finalidade do 13º salário também se concentrou no pagamento de dívidas em atraso por 41% dos brasileiros. É também por este motivo que nesta época costumam acontecer vários feirões de negociação de dívidas, pois as financeiras sabem que é uma excelente oportunidade para receber os valores devidos enquanto concede descontos e opções de pagamento considerados imperdíveis.
A pesquisa também mostrou que, somente 16% dos entrevistados pretendem investir o 13º salário, enquanto outros 9% planejam usar o valor nas compras de Natal. Entre o grupo que intenciona poupar ou investir, os principais destinos para este dinheiro são a reserva de emergência com 56%, investimentos em ativos financeiros em 26% e gastos de início de ano como matrículas, IPVA e IPTU em 19%.
No que compete aos interessados em ativos financeiros, quase metade, 48% dos entrevistados, afirmaram que pretendem investir 50% do abono natalino. Enquanto outros 39% reservarão entre 20% e 50% do 13º salário para esta mesma finalidade.
Conforme apurado, as principais aplicações escolhidas para investir são em títulos de renda fixa em 50%, como o tesouro direto, CDBs, LCIs e debêntures. Já a preferência por ações está em 45%, e em fundos de investimentos em 36%. Vale destacar as criptomoedas que aparecem em 4º, apontada por 22% dos entrevistados.