Trabalho – Recentemente, uma abordagem que vem ganhando destaque no ambiente empresarial é conhecida como jornada reduzida. Essencialmente, os trabalhadores passariam a desempenhar suas funções apenas durante quatro dias na semana, mantendo o mesmo salário. A promessa subjacente é que isso resultaria em um aumento da produtividade desses indivíduos.
A partir de dezembro deste ano, essa ideia pode tornar-se realidade no Brasil também. Isso se deve ao fato de algumas empresas estarem prestes a iniciar testes desse novo modelo, visando avaliar efetivamente se a produtividade realmente cresce.
Embora a noção de manter a mesma remuneração por uma jornada de trabalho mais curta possa parecer radical, essa abordagem baseia-se em múltiplas evidências.
Vale mencionar que a 4 Day Week, uma organização que tem se dedicado desde 2019 a explorar novos paradigmas de produtividade e trabalho, está intermediando esse projeto na América Latina, iniciando sua implementação justamente no Brasil.
Em colaboração com a Reconnect Happiness at Work, uma empresa especializada em promover a felicidade corporativa, a 4 Day Week está pavimentando o caminho para a concretização dessa iniciativa.
É importante saber que as empresas interessadas nesse novo modelo podem inscrever-se na iniciativa até o final deste mês. A expectativa é que ocorram entre 30 e 50 participações nesse projeto-piloto. Para obter informações adicionais sobre essa proposta, visite o site oficial em: https://www.4dayweekbrazil.com/.
Outras nações já experimentaram melhorias no desempenho
Em várias partes do globo, inúmeras empresas conduziram testes e compartilharam resultados favoráveis com relação à nova jornada de trabalho. A título de exemplo, mencionamos a Efí, uma empresa voltada para serviços financeiros, que estendeu seu período de experimentação para um ano completo.
Dado que havia a necessidade de ajustar os hábitos dos funcionários, os primeiros seis meses representaram um desafio, sobretudo em relação aos feriados. No entanto, a empresa manteve uma jornada de trabalho que preservava um total de 32 horas semanais, considerando os dias de folga e os intervalos.
Com o passar do tempo, os resultados revelaram um notável aumento na produtividade dos colaboradores, evidenciando a importância de reexaminar as normas convencionais.
Como resultado, é uma tendência natural que o Brasil se alinhe a outros países que já implementaram essa prática, incluindo a Irlanda, o Reino Unido, a Austrália, a Nova Zelândia e Portugal.
A pandemia desempenhou um papel fundamental nessa nova dinâmica
De acordo com Rivetti, o investimento financeiro para ingressar no projeto-piloto é meramente simbólico. O verdadeiro investimento reside no tempo dedicado, na transformação cultural e na disposição da empresa em maximizar a produtividade, aprimorar o desempenho e reavaliar a necessidade de reuniões excessivas.
A transição para uma jornada de trabalho de quatro dias requer uma reformulação das práticas laborais, a reestruturação da comunicação e, acima de tudo, o aumento dos critérios para a realização de reuniões. As reuniões devem ser direcionadas por pautas claras, ser objetivas e resolver problemas de forma eficaz.
A pandemia já provocou alterações significativas na dinâmica das equipes de trabalho, especialmente com o advento do modelo híbrido ou remoto. Contudo, é imperativo repensar como as reuniões são conduzidas para se adaptarem a essa nova modalidade laboral. A redução das horas de trabalho requer também um maior enfoque na qualidade.
Uma pesquisa da Harvard Business Review realizada em 2022 revela que 70% das reuniões distraem os funcionários de suas tarefas produtivas. A diminuição na quantidade de reuniões contribui para reduzir a percepção de microgestão por parte dos líderes, algo frequentemente interpretado como excesso de supervisão.
Ao final do primeiro semestre, uma das questões que demandou ajuste foi o equilíbrio entre o dia de trabalho a menos e os feriados. Agora, as equipes devem optar entre ter um dia de folga ou trabalhar, garantindo que a semana de trabalho totalize 32 horas.
O modelo de jornada reduzida com salários equivalentes poderá representar o futuro para as empresas brasileiras. E você, está preparado para essa transformação?