A primeira parcela do 13º salário foi paga em novembro a milhões de trabalhadores do país. Já a segunda parcela deverá ser paga até 20 de dezembro, conforme legislação. E o principal planejamento dos brasileiros é utilizar o valor para o pagamento de dívidas.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o principal destino do 13º salário será o pagamento de dívidas, assim como em 2021.
Confira abaixo como os brasileiros deverão utilizar o adicional neste ano:
- Pagamento de dívidas: 38%
- Consumo de bens: 33%
- Gastos com serviços: 17%
- Poupança: 12%
Em resumo, a segunda parcela do 13º salário deverá injetar R$ 112,96 bilhões na economia brasileira neste ano. Desse valor, R$ 42,7 bilhões seguirão para o pagamento de dívidas.
“A escalada dos juros ao consumidor e o comprometimento médio da renda familiar são as principais causas para que os consumidores utilizem o benefício para quitação ou abatimento de dívidas”, explicou Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo.
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Pandemia reduziu capacidade de consumo
Segundo Bentes, a pandemia da covid-19 impactou de maneira significativa a renda dos brasileiros. Ao mesmo tempo, o ciclo de aumentos dos juros no país agravaram ainda mais a situação financeira da população. Isso sem contar na inflação elevada.
“Assim, reduziu-se a capacidade de consumo por meio da elevação da parcela do rendimento médio comprometida com o endividamento a patamares inéditos, ao longo de 2022”, disse Bentes.
Vale destacar que a taxa média de juros das operações com recursos livres destinados às pessoas físicas chegou a 53,65% ao ano no final do terceiro trimestre de 2022. Esse nível superou as taxas registradas no mesmo período de 2021 (41,20% ao ano) e 2020 (38,08% ao ano).
Por fim, a CNC estima que o volume de vendas no varejo crescerá 1,1% neste ano. A saber, esse é o menor índice desde 2017, quando o setor cresceu apenas 0,3%.
“O cenário segue positivo para o encerramento do ano do varejo, mesmo que, em curto prazo, ainda não seja possível vislumbrar estabilidade na tendência de encarecimento do crédito”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
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