Na última sexta-feira, dia 25, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) emitiu um comunicado de grande relevância acerca da tarifa de energia elétrica. Essa determinação terá um impacto direto no montante das faturas dos consumidores a partir de setembro. A seguir, estão os detalhes.
Bandeira tarifária verde da energia
A decisão tomada pela Aneel estabelece a continuação da bandeira tarifária verde para o mês de setembro. Consequentemente, as contas de energia não sofrerão acréscimos adicionais no próximo mês.
É previsto que a bandeira tarifária verde permaneça em vigor até o final deste ano. Essa bandeira tem estado em efeito desde abril do ano passado. Isso significa que os consumidores não estão sujeitos a taxas extras.
Sandoval Feitosa, diretor-geral da agência, enfatizou que essa decisão é benéfica e abordou a consulta pública que planeja reduzir os valores das bandeiras em até 36,9%.
Essa proposta, que foi apresentada através de uma consulta pública, tem como objetivo aproveitar um cenário favorável para a geração de energia por meio de hidrelétricas. Esse cenário inclui o aumento das chuvas, o crescimento na oferta de energia renovável e a queda nos preços dos combustíveis fósseis utilizados em usinas termelétricas.
Sistema de bandeiras tarifárias de energia
O sistema de bandeiras tarifárias foi implementado em 2015 e visa a fornecer aos consumidores uma maneira mais transparente de visualizar um custo que já estava embutido nas faturas de energia, mas que passava despercebido.
As cobranças para cada bandeira são as seguintes:
- Bandeira Verde: Condições favoráveis para geração de energia – sem custo adicional;
- Bandeira Amarela: Condições menos favoráveis – R$ 1,874 por 100 kWh consumidos;
- Bandeira Vermelha: Ativação de usinas térmicas – duas categorias: R$ 3,971 e R$ 9,492 por kWh;
- Bandeira Escassez Hídrica: Custo elevado de energia – R$ 14,20 por 100 kWh.
Governo prevê R$ 2,5 bilhões para programa Luz para Todos em 2024
O governo federal está estimando despesas aproximadas de R$ 2,5 bilhões para o programa “Luz para Todos” no ano de 2024, e essas despesas serão financiadas através da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Essa informação foi divulgada em uma nota técnica divulgada pelo Ministério de Minas e Energia nesta segunda-feira, 28. Além disso, o ministério anunciou a abertura de uma consulta pública para essa proposta, com um período de 15 dias para que as contribuições sejam feitas.
No próximo ano, o objetivo do governo é disponibilizar energia elétrica para um total de 83.057 unidades consumidoras, incluindo residências. O valor de R$ 2,5 bilhões reservado para esse propósito será retirado do orçamento da CDE, um fundo setorial financiado pelos consumidores de energia.
Esse montante é 55% maior do que o valor destinado à universalização da energia elétrica no ano de 2023. O Ministério de Minas e Energia justifica esse aumento significativo para 2024 principalmente devido à urgência de acelerar o processo de universalização, buscando democratizar o acesso e uso da energia elétrica em todo o país, e também para combater a pobreza energética.
O programa “Luz para Todos”, estabelecido em 2003, tinha como objetivo principal fornecer eletricidade para residências que não eram atendidas pelas distribuidoras de energia. Depois de passar por diversas prorrogações, o programa foi retomado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 4 de agosto do ano passado.
De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério de Minas e Energia, até 2018, cerca de 3,4 milhões de domicílios haviam sido beneficiados por meio desse programa.