De acordo com um ranking realizado pela agência de classificação de risco Austin Rating, o índice de desemprego no Brasil atingiu a margem de 13,2% no trimestre que se encerrou em agosto. O percentual é mais que o dobro da média internacional, que se fixou em 6,5%. O levantamento compara os dados divulgados pelos países recentemente.
Pelo ranking, a taxa de desocupação brasileira é a quarta maior de uma lista de 43 países mais a média da zona do euro. No que compete ao desempenho do mês de agosto, a taxa de desemprego mais baixa foi registrada em Singapura, por 2,6%, seguido pela Suíça a 2,7% e a República Tcheca a 2,8%. Na média dos países da zona do euro, a desocupação era de 7,5% em agosto.
Na oportunidade, o economista-chefe da Austin Rating declarou que, “ainda vai demorar para que o mercado de trabalho do Brasil se recupere. A última vez em que tivemos uma taxa de desemprego de um dígito foi em 2015, sempre tivemos um fator internacional ou doméstico adiando a recuperação”.
Ele ainda acrescentou que o ambiente político tem se sobreposto ao econômico, o que leva a situação do desemprego a um nível estrutural. O nível de subemprego elevado a uma estrutura tributária com o propósito de manter um trabalhador faz com que o emprego seja a última variante capaz de se recuperar no pós crise.
O economista também apontou que os países do qual o problema do desemprego é mais grave após as crises internacionais e em momentos de recuperação têm fatores domésticos atuando contra. É o caso da Costa Rica, líder do ranking influenciado por turbulências políticas.
“A Grécia ficou em recessão por uma década e a Espanha vem crescendo pouco. O Brasil vai na mesma linha, é afetado por problemas externos, como a pandemia, mas tem também fatores domésticos afetando a recuperação do emprego”, pontuou.
Com base nas projeções divulgadas no mês de outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que o Brasil deve encerrar o ano com a taxa de desemprego a 13,8%, patamar que colocaria o mercado de trabalho brasileiro no ranking dos 15 piores países do mundo.
Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua também contribuíram para a elaboração deste levantamento. Através dela foi possível identificar que a taxa de desocupação ficou em 13,2% no trimestre encerrado em agosto, representando 13,7 milhões de trabalhadores.
As últimas projeções apontam que, se o cenário se manter no ritmo atual, o país só voltará à taxa de desemprego de antes da pandemia no ano de 2023, podendo levar até dez anos para voltar a um nível considerado aceitável. Por esta razão, os especialistas em mercado de trabalho têm mostrado preocupação com o longo período em que o Brasil tem registrado altas taxas de desemprego.