Dados revelados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostram que os desastres naturais enfrentados pelo Brasil nos últimos anos, além de milhares de vítimas, causaram ao país grandes prejuízos financeiros. Conforme revela a confederação, nos últimos dez anos, calcula-se que o país somou um prejuízo de R$ 401, 3 bilhões.
De acordo com a entidade, no estudo, contabilizam-se danos como a interrupção do abastecimento de água e energia, em propriedades públicas e privadas, agricultura, comércio e indústria. Nesse sentido, a confederação explica que o cálculo foi feito a partir de dados colhidos das coordenadorias estaduais e municipais de Proteção e Defesa Civil e do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, que coleta as informações dos municípios.
Hoje, são dois os desastres naturais mais registrados no Brasil, sendo eles totalmente antagônicos entre si. O primeiro é a chuva excessiva, enquanto o segundo é a seca. Segundo a CNM, no período analisado, de janeiro de 2013 a fevereiro de 2023, foram 59.311 decretações de situação de emergência e calamidade pública.
Das regiões brasileiros, o Nordeste foi a com o maior número de decretos, 46,8% do total. Logo atrás aparecem Sudeste (22,6%), Sul (16,1%), Centro-Oeste (9,3%). O Norte foi a região onde menos situações de emergências foram registradas. Do total, apenas 5,2% foram relatadas na região citada.
Segundo o estudo da Confederação Nacional de Municípios, no recorte de dez anos, foram relatadas 3,4 milhões de pessoas desalojadas, 808 mil ficaram desabrigadas. Nesse período, foram 1.997 pessoas mortas, sendo o ano de 2022 o com mais óbitos: 26% do total.
Recursos para ações após os desastres naturais
Conforme a CNM, o levantamento feito pela confederação mostra que, nos últimos dez anos, o governo federal repassou R$ 8,2 bilhões para ações de socorro nas situações de calamidade, como reconstrução de áreas danificadas.
Não suficiente, a entidade mostra que, desde total, 6,6 bilhões foram empenhados, “o que representa 80%, e pagos R$ 4,9 bilhões aos municípios para ações de proteção e defesa civil, o que corresponde a 73,9% do empenho”. “O montante de R$ 4,9 bilhões equivale a 1,2% dos prejuízos contabilizados em uma década”, explica a instituição.
Recentemente, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional divulgou um balanço informando que mais de R$ 174,8 milhões foram repassados no início deste ano para ações de defesa civil em todo o Brasil. De acordo com a pasta, entre os atendidos estão municípios do litoral norte de São Paulo, afetados por temporais, e do Rio Grande do Sul, que enfrentam estiagem severa.