Na última terça-feira (29), o Ministério da Economia revelou que o Brasil criou 328,5 mil empregos em fevereiro. O valor é resultado da subtração do número de admissões no país (2.013.143) pelo de demissões (1.684.636) no mês. Aliás, os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Ao analisar microdados disponibilizados pelo Caged, o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, divulgou nesta quarta um levantamento que mostra a realidade atual do país. A propósito, o Brasil está vivendo uma onda de demissões voluntárias.
De acordo com o estudo feito por Imaizumi, 560.272 pessoas abandonaram seus trabalhos no mês passado no país. A saber, este número corresponde a uma média de 29.488 desligamentos por dia útil. Aliás, este é o maior número médio diário de demissões a pedido contabilizadas pelo Caged em um único mês desde janeiro de 2020, quando a série histórica teve início.
Na verdade, os estudos em relação ao mercado de trabalho do país acontecem há décadas. Contudo, o Brasil passou a adotar uma nova metodologia de contagem de vagas atual em relação ao trabalho formal. Por isso, a série teve início há apenas dois anos.
Seis dos últimos sete meses têm mais de 500 mil demissões a pedido
Segundo os dados do levantamento, o país vem sofrendo com o aumento das demissões voluntárias há meses. Em suma, os pedidos de desligamento estão superando os 500 mil por mês desde agosto, com exceção de dezembro, quando houve 487,48 mil demissões a pedido. Ou seja, em seis dos últimos sete meses, mais de 500 mil trabalhadores se demitiram mensalmente.
A saber, as demissões voluntárias em fevereiro cresceram 24% em relação aos desligamentos a pedido registrados no mesmo mês de 2021 (453.559 demissões). Além disso, o número total de desligamentos voluntários em fevereiro é recorde para um único mês, superando os dados de janeiro (544.541 demissões), recorde anterior.
“No início de 2020, começo da pandemia, havia muita incerteza. Muita gente foi demitida e as que ficaram no mercado de trabalho, em muitos casos, aceitaram empregos não condizentes com as suas habilidades“, disse Bruno Imaizumi.
“De lá para cá, com o avanço da vacinação, essas pessoas passaram, naturalmente, a voltar para empregos mais condizentes com suas habilidades, o que ajudou a aumentar essa quantidade de demissões voluntárias”, acrescentou o economista.
A propósito, o levantamento engloba dados do eSocial e do empregadorWeb, que registra pedidos de seguro-desemprego.
Leia Também: Contas do governo têm déficit de R$ 20,6 bilhões em fevereiro