Dados divulgados no final de semana pelo canal “CNN Brasil” revelam que, completados 25 anos da privatização do sistema Telebrás por meio de leilão na bolsa de valores do Rio de Janeiro, fase considerada como a democratização da telefonia no Brasil, o país soma atualmente mais celulares do que habitantes.
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Até a privatização em questão, ocorrida em julho de 1998, o setor de telecomunicações brasileiro era dominado pela Telebrás, estatal que era responsável por controlar todos os serviços de telecomunicações no país, incluindo telefonia fixa, telefonia celular e serviços de transmissão de dados.
No entanto, esse monopólio estatal se mostrou ineficiente na amplificação dos serviços e na introdução de tecnologias mais avançadas. Nesse sentido, em entrevista ao canal citado, Eduardo Tude, diretor-presidente da consultoria Teleco, explica que, na ocasião, ter um telefone fixo era o grande desejo dos brasileiros, mas custava caro, por volta dos US$ 1 mil.
“Quando se fez a privatização, foram criadas as empresas separadas em serviço móvel e fixo. Para o fixo, foram criadas concessionárias, que tiveram metas agressivas para a implantação da telefonia nas casas brasileiras”, afirma.
De acordo com o diretor-presidente da consultoria, na época, a telefonia fixa era o principal serviço do momento. “Tínhamos 17 milhões de telefones fixos, pouco mais de 4 milhões de aparelhos celulares, 2,5 milhões de TVs por assinatura e ainda estávamos engatinhando na internet discada”, disse ele.
Durante o processo de privatização, a Telebrás foi dividida em empresas regionais, chamadas de teles. Segundo Eduardo Tude, com isso, foi possível criar um esquema de competitividade entre as empresas, possibilitando, desta forma, a democratização dos serviços de telefonia.
“O governo não tinha dinheiro suficiente para investir e colocar telefone para todo mundo. Como as empresas privadas tinham, elas aumentaram o acesso. O objetivo era botar um telefone fixo na casa de cada brasileiro”, destaca o especialista.
Não suficiente, foi na época que foram espalhados diversos orelhões pelo país. “Qualquer vila que tivesse mais de 100 habitantes tinha que ter um orelhão e uma rede de cobre pronta, para o caso de alguém querer uma linha telefônica. Era uma visão de mundo de que ter telefone fixo era como ter água em casa”, relata ele, que diz que a privatização das telecomunicações permitiu um avanço significativo em termos de infraestrutura e tecnologia.
Passados 25 anos, houve expansão da telefonia celular, crescimento da internet de banda larga e o desenvolvimento de serviços de dados mais eficientes. De acordo com um levantamento divulgado pelo canal citado e feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), hoje, são cerca de 242 milhões de celulares inteligentes em uso no país para pouco mais de 214 milhões de habitantes.
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