As dívidas no Brasil não param de crescer. De acordo com dados do Serasa, o órgão de proteção ao crédito, havia 65,7 milhões de inadimplentes no país em abril. A saber, esse é o maior patamar desde abril de 2020, quando o número chegou a 65,9 milhões de pessoas.
À época, o mundo começava a sentir os impactos da pandemia da covid-19. Nos últimos tempos, a crise sanitária perdeu força graças às vacinas, mas os impactos financeiros e econômicos continuam afetando a população brasileira.
Em resumo, a pandemia agravou os gargalos na cadeias globais de suprimentos, elevando os preços de diversos bens e serviços no planeta. No Brasil, a população sofre com uma inflação nos dois dígitos há meses.
Além disso, os juros chegaram ao maior patamar dos últimos anos, e a expectativa é de mais altas no decorrer do ano. Já a taxa de desemprego vem melhorando, mas ainda há 11,3 milhões de desempregados no país. E todo esse cenário contribui para o aumento do endividamento no país.
Cenário deve piorar no Brasil
De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa, a tendência é que a situação fique ainda pior nos próximos meses. Em suma, a trajetória de inadimplência continua muito alta no país devido ao aumento dos juros e da inflação, que corroem a renda da população.
“É um momento ruim do ponto de vista financeiro. Não vai ser simples diminuir o número de inadimplentes”, afirmou Rabi.
O economista explicou que os brasileiros costumam atrasar contas mensais, como água e luz, quando estão em momentos de dificuldades. Assim, continuam pagando outras contas, principalmente aos bancos, pois estas resultam em inclusão mais rápida nos serviços de proteção ao crédito, como o Serasa.
Como a população quer ficar com o nome limpo, opta por atrasar contas que demoram mais tempo para “sujar” o nome. Em síntese, isso acontece porque o brasileiro prefere ter o nome limpo para conseguir parcelar contas referentes ao consumo necessário mensal.
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