A pandemia da Covid-19 fez os brasileiros se afundarem em dívidas. Apesar de o quadro da crise sanitária estar bem melhor no país atualmente, os impactos da pandemia ainda afetam fortemente a população. E uma das principais consequências deste cenário no Brasil é a inadimplência cada vez mais alta.
Em resumo, a inflação elevada está reduzindo o consumo da população. Contudo, o aumento dos preços de bens e serviços continua acontecendo, apesar de o Banco Central (BC) estar elevando os juros justamente para conter a taxa inflacionária do país. Em meio a tudo isso, encontra-se uma população ainda mais endividada.
De acordo com o Serasa, havia 65,6 milhões de consumidores inadimplentes no Brasil em março. A saber, o número superou em 0,81% os dados de fevereiro e atingiu o maior patamar desde abril de 2020, quando havia 65,9 milhões de inadimplentes no país. A propósito, os dados fazem parte do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa.
Inadimplência cresce pelo quarto mês consecutivo
O levantamento revelou que o valor total das dívidas dos negativados do Brasil chegou a R$ 265,8 bilhões em março, alta de 0,91% em um mês. Já a dívida média de cada brasileiro alcançou o valor de R$ 4.046,31, avanço de 0,1%.
“A inadimplência está em alta desde dezembro, refletindo um cenário econômico de grandes dificuldades. Em um momento desafiador como este, acreditamos que o conhecimento e a educação são uma das principais alternativas para uma vida financeira mais saudável e para evitar ou até mesmo sair da inadimplência”, disse Aline Maciel, Gerente da plataforma Serasa Limpa Nome.
Segundo o Serasa, o número de inadimplentes no Brasil vinha caindo desde abril de 2021. No entanto, a trajetória inverteu o movimento e começou a subir no final do ano passado.
O Serasa informou que 28,17% das dívidas atrasadas são referentes a cartões de crédito e bancos. Em segundo lugar, estão as dívidas com contas domésticas (água, luz e gás), que respondem por 23,21% do total. Fechando o top três ficam os débitos com o comércio varejista (12,62%).
Por fim, o levantamento ainda revelou que as principais faixas etárias de inadimplentes do Brasil são a dos 26 aos 40 anos (35,2%) e a dos 41 aos 60 anos (34,9%). Do total de inadimplentes em março, 50,2% eram mulheres, enquanto 49,8% eram homens.
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