De acordo com um levantamento do fórum Americas Society, em parceria com a Control Risks, o Brasil caiu quatro posições no Anti-Corruption Capability Index (CCC), que mede a capacidade dos estados de combater a corrupção. O índice avalia a capacidade de 15 países latino-americanos de identificar, punir e prevenir casos de corrupção. Importante destacar que em 2021, o país ficou em 6º lugar e agora caiu para 10º, sendo a terceira queda consecutiva.
Sobre a pesquisa
A pesquisa se divide em três categorias: capacidade jurídica, democracia e instituições políticas, e sociedade civil e mídia. Quatorze variáveis foram analisadas, incluindo a independência das instituições jurídicas e a quantidade de recursos disponíveis para combater o crime do colarinho branco. Um dos itens que o Brasil mais regrediu é a independência e eficiência dos órgãos anticorrupção, mostrou a pesquisa, caindo em 19%. Dos cinco itens abaixo da média do Brasil, dois estão relacionados à política e ao Congresso.
“Os retrocessos dos últimos três anos” não reverteram totalmente as “décadas de fortalecimento” das instituições brasileiras, afirmaram as empresas no relatório. No entanto, eles elogiaram a contínua independência do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, “apesar de uma escalada nas críticas públicas dirigidas a eles pelo presidente Jair Bolsonaro”. Além disso, as pontuações da sociedade civil e da mídia permaneceram estáveis, “mesmo com alta polarização política”.
Corrupção no Brasil
Nos últimos anos, a mídia expôs uma série de escândalos relacionados à corrupção que mostraram não apenas a fragilidade do sistema político, mas também a escala da corrupção no Brasil. A corrupção não é apenas um tema quente, é um fenômeno global com sérias consequências que parecem variar de país para país. No Brasil, por exemplo, a corrupção é uma questão social difusa e urgente que parece estar diretamente ligada à identidade coletiva do Brasil, que é, para muitos, uma característica inerente ao “jeitinho brasileiro“.
Embora a corrupção tenha sido objeto de discussão em diversos campos de estudo, a maioria das teorias de corrupção existentes são unilaterais e unilaterais, pois focam apenas parte do problema, colocando a culpa na falta de moralidade dos brasileiros e de seus políticos, ou a ineficiência do sistema judicial.
Novos casos de corrupção
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso por suspeita de corrupção, prevaricação e tráfico de influência na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O FNDE é uma agência vinculada ao MEC, controlada por políticos do “centrão”, bloco político que apoia o presidente Jair Bolsonaro. O fundo reúne recursos federais para repasses aos municípios.
Em áudio vazado pela mídia em 21 de março de 2022, Ribeiro afirmou priorizar a destinação de recursos do FNDE para prefeituras cujos pedidos foram feitos por Gilmar Santos e Arielton Mora. Arilton Moura negociou a pedido de Bolsonaro. “O presidente me fez um pedido especial sobre a questão do pastor Gilmar. Em uma gravação de áudio, Ribeiro disse: “Minha prioridade é atender primeiro as cidades que precisam e, em segundo lugar, atender cada amigo de Gilmar”.