Um levantamento revelado neste sábado (22) pelo Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro mostrou que o Brasil, nos três primeiros meses de 2023, registrou 114 casos de violência política. De acordo com o levantamento, o período somou o maior número de casos quando comparado com o primeiro trimestre de 2020 e de 2022 – anos eleitorais, em que as ocorrências do tipo crescem no país.
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Em nota, o Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro relatou que os dados lançados revelam que ameaças, homicídios e outros crimes relacionados às visões políticas não “arrefeceram nos primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que o PT“, sendo a legenda do chefe do Executivo a com maior número de vítimas identificadas.
Ainda conforme o levantamento, neste ano, 54 vereadores e oito prefeitos sofreram algum tipo de violência. Não suficiente, o Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro também mostrou que 70% de todos os casos registrados dizem respeito a algum tipo de disputa política a nível municipal.
Na pesquisa, coordenada pelo professor Felipe Borba, considera-se violência política “qualquer tipo de agressão que tenha o objetivo de interferir na ação direta das lideranças políticas”, como atos para limitar atuação, silenciar, impor interesses e eliminar oponentes.
“Ano eleitoral é sempre mais conflituoso, então, é possível observar uma redução de 13% no número de casos comparando o primeiro trimestre deste ano com o último de 2022. Mas o fato de janeiro, fevereiro e março de 2023 ter mais episódios de violência que 2020, 2021 e 2022 revela que o clima político alimentado nos últimos anos ainda não arrefeceu”, afirmou o coordenador do estudo em entrevista ao canal “CNN Brasil” neste sábado.
Ainda segundo o levantamento, mais da metade dos casos registrados foi de ameaça: 63 casos. Em seguida, aparecem as agressões, com 17, os casos de homicídios, 13 e os atentados, 11. Não suficiente, o levantamento também mostra que, ao todo, 16 estados registraram assassinatos. Os estados de Minas Gerais e Santa Catarina foram os com mais casos de violência política: 13 casa. Na sequência, aparece São Paulo, com 12, e Rio Grande do Sul, com sete.
Por fim, os números revelam que ao menos 24 legendas foram atingidas por algum episódio violento. O PT foi o partido mais atingido no período: 22 casos. Seguido da sigla estão PL e PP, com nove casos cada.
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