Nesta sexta-feira (14), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encontrou o presidente da China, Xi Jinping durante um evento em Pequim. O evento serviu para selar o total de 15 acordos comerciais e parcerias entre o Brasil e os chineses, além daqueles que foram acertados entre empresas brasileiras e chinesas.
O principal objetivo do acordo é a cooperação para o desenvolvimento de tecnologia, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre ambos os países, além da ampliação das relações comerciais. Segundo o Ministério da Fazenda, a perspectiva é que os acordos gerem R$50 bilhões de investimento na economia brasileira.
Um dos acordos estava relacionado a protocolos específicos a serem seguidos por frigoríficos brasileiros para exportação de carne para China. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne bovina para a China e, além dos protocolos, o documento do acordo também obriga o governo brasileiro para realizar a fiscalização das medidas definidas.
Em suma, o objetivo do acordo é realizar uma nova industrialização do Brasil, conforme informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “As conversas em torno de cada área serão pautadas também por questão ambiental, dada a importância do tema para os chineses e para o governo brasileiro. Entre os assuntos de interesse ambiente está a atração de investimentos em energia renovável, infraestrutura verde, manejo sustentável de florestas, tecnologia e inovação”, disse o ministério.
Haddad fala em “reindustrialização” do Brasil
Em acordo com a fala do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ministro da Fazendo, Fernando Haddad, afirmou que os acordos com a China possui capacidade de “reindustrializar” o Brasil. “Eu gostaria de dar muita ênfase nesse desafio que o presidente colocou em todas as reuniões com as empresas e o próprio governo em nós intensificarmos os estudos de viabilidade de reindustrializar o Brasil em parceria com o capital chinês, que é disponível e que vê na América do Sul uma oportunidade de criar uma plataforma para os seus produtos tanto para venda local quanto para exportação”, disse Haddad em entrevista.
Além disso, o ministro falou que o Brasil não pode ficar isolado em negociações com um país ou com outro e que “ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China”. Para Haddad, o Brasil é muito grande para “ficar escolhendo parcerias comerciais”. “Não há nenhuma preferência do Brasil. Pelo contrário, nós queremos ampliar ao máximo as parcerias do Brasil, como o presidente Lula fez durante seus dois mandatos”, afirmou.
“A reação que a gente espera é de mais parcerias com os Estados Unidos. Nós temos que vencer a etapa anterior do país. O país não pode ficar isolado de ninguém, somos grandes demais para ficar escolhendo parceiros”, disse Haddad, sobre a reação do mercado norte-americano. Por fim, ele falou que “não faz nenhum sentido você fazer opção em se aproximar de um, para se afastar com outro. Tudo o que a área econômica quer é voltar à mesa”, disse Haddad, em entrevista concedida nesta sexta-feira para a imprensa, direto de Pequim.