O Brasil recebeu no último sábado (21) dois aviões do tipo C-17 Globemaster, um dos maiores modelos do mundo e um helicóptero em cada Boeing, todos vindos dos Estados Unidos, para uma simulação de guerra da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo as informações divulgadas pela FAB, 50 soldados foram ao Mato Grosso do Sul para participar de um treinamento.
A simulação de guerra, que deve durar até 3 de setembro, conta com missões de ataque, reconhecimento aeroespacial, infiltração aérea, busca e salvamento em combate. Além disso, 30 aeronaves e 16 Unidades Aéreas e de Infantaria participarão do treinamento em Campo Grande. Em comunicado, a FAB disse que o exército estadunidense aproveitou “uma oportunidade para o intercâmbio de experiências e desenvolvimento doutrinário, contribuindo para possíveis participações do país em missões previstas nos acordos de paz da Organização das Nações Unidas (ONU)”.
O objetivo dessa simulação de guerra é colaborar com a “ordem e a paz mundial” e garantir “a soberania, integridade territorial e defesa patrimonial”.
Simulação de guerra das Forças Armadas
Apesar de estar se empenhando em seus serviços de segurança pública, as Forças Armadas também dão sua contribuição política. Por exemplo, recentemente o comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira, sinalizou a integrantes do governo que as Forças Armadas não apoiarão qualquer tentativa de ruptura institucional no país. O recado é uma resposta a Jair Bolsonaro, que nos últimos dias intensificou sua campanha pelo voto impresso e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, a assessoria do Exército não se manifestou sobre a declaração.
Embora as Forças Armadas já declararam seu apoio ao voto impresso, os generais afirmaram que não vão embarcar em aventuras se o modelo atual for mantido e se Bolsonaro for derrotado nas eleições de 2022. Ainda no dia 02 de agosto, os oficiais do Clube Militar, o Clube Naval e o Clube de Aeronáutica lançaram um comunicado oficial a favor do voto impresso.
Reforçaram os argumentos falaciosos que o presidente defendeu em sua live. Dentre as declarações, os oficiais escreveram que “digitais da NASA, do Pentágono, de partidos políticos americanos e de grandes empresas privadas, mesmo protegidos por sistemas de segurança (CyberSecurity) up to date, já foram invadidos (…) Diante destas inquestionáveis evidências, seriam as urnas eletrônicas brasileiras realmente inexpugnáveis?”.
Apesar dos flertes com o governo, o exército também precisa decidir qual relação manterá com o ex-presidente Lula, em especial se este vencer as eleições em 2022. Como já noticiado pelo Brasil123, Lula recentemente admitiu seus planos de criar uma ligação política com as Forças Armadas, em uma tentativa de amenizar sua rejeição.
Em documento oficial, o político revelou que seus planos deviam estar preparados apenas em 2022, porém, o aumento do tensionamento político no país e os sinais claros de que militares rejeitam o retorno do petista ao palácio do Planalto têm feito com que seu entorno defenda que seja lançado ainda neste ano. Sendo assim, até o momento não há informações sobre novos prazos.