Dados prévios do Censo 2022, que foi feito com dois anos de atraso por conta da pandemia da Covid-19 e também por falta de orçamento, mostram um dado interessante: o de que a população brasileira chegou ao ano passado consideravelmente menor do que o que era esperado.
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De acordo com informações reveladas neste sábado (15) pelo canal “Globo News”, entre as consequências mais imediatas de uma população menor está o fato de que, na média, as pessoas estão um pouco mais ricas do que o imaginado, visto que todo o dinheiro disponível no país, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), precisa ser dividido por menos pessoas.
Em entrevista ao canal citado, o economista Silvia Matos, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que o PIB per capita do Brasil acabou o ano passado 5,8% maior, ou algo como R$ 2.600 a mais por ano para cada pessoa, do que o calculado antes do Censo 2022.
Pela conta feita anteriormente, o PIB per capita brasileiro era de R$ 46.155, mas, com a notícia de que o Brasil, na verdade, tem menos pessoas, esse pedaço do PIB que cabe a cada uma subiu para R$ 48.829.
Ao todo, segundo dados do Senso, cerca de 12 milhões de pessoas “sumiram”. Isso porque dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a população do país, no ano passado, chegou a 203.062.512, ou seja, 12 milhões de pessoas a menos do que a última grande estimativa, feita pelo próprio IBGE há cinco anos, quando foram contabilizadas 214,8 milhões.
Conforme a pesquisadora da FGV, o ritmo de crescimento populacional foi recalculado e caiu pela metade. Nesse sentido, com os novos números, descobriu-se que a taxa média de aumento da população brasileira, na última década, foi de 0,5% ao ano, metade do que o previsto anteriormente: 1%.
“Sumiu um grupo da população, e não foi pouca gente, é uma diferença muito forte”, diz Silva Matos, que explica que “o bolo continua basicamente o mesmo, então estamos dividindo o bolo por menos pessoas; o PIB per capita é isso”.
Por fim, a especialista relata que uma das possíveis explicações para o número menor pode estar no fato de que a população brasileira está um processo de envelhecimento mais rápido, além das perdas de vidas adicionadas pela pandemia – números mostram que, desde o início da Covid-19, mais de 700 mil pessoas morreram por conta da doença.
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