O Brasil sofre com uma taxa elevada de desemprego há anos. A situação ficou ainda mais grave com a pandemia da Covid-19, que provocou a perda de milhões de vagas de emprego no país. Agora, o mercado de trabalho brasileiro tenta se recuperar, mas as projeções de organismos internacionais não são nem um pouco positivas para 2022.
De acordo com um levantamento realizado pela agência de risco Austin Rating, o Brasil deverá ter a 9ª pior taxa de emprego neste ano. A saber, o ranking foi elaborado a partir das novas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia global.
Em resumo, a lista inclui 102 países, e o Brasil supera 93 deles. Com uma taxa de desemprego estimada em 13,7% para o final deste ano, o país deverá superar a média global prevista para o ano (7,7%), bem como a taxa dos países emergentes (8,7%).
Em relação aos países do G20, grupo que reúne as maiores economias do planeta, a taxa de desemprego do Brasil deverá ser a segunda maior. A única nação que está em uma situação ainda mais crítica em relação ao emprego é a África do Sul, cuja taxa de desemprego deverá chegar a 35,2% no final deste ano. Aliás, o país africano ocupou a primeira posição do ranking.
Veja abaixo as maiores taxas de desemprego estimadas para 2022
O levantamento realizado pela Austin Rating revelou que o Sudão deverá apresentar a segunda maior taxa de desemprego em 2022, de 30,2%. Em seguida, ficarão Cisjordânia e Faixa de Gaza (25,7%), Armênia (19,5%), Geórgia (18,5%), Bósnia-Herzegovina (15,7%), Macedônia do Norte (15,7%) e Bahamas (13,9%), todas com taxas superiores a do Brasil.
Entre as maiores economias mundiais, a França deverá apresentar as maiores dificuldades com o desemprego neste ano, com uma taxa de 7,8%, ocupando a 35ª posição. Por sua vez, a China deverá encerrar o ano com um pequena taxa de 3,7%, na 85ª posição.
Já os Estados Unidos terão uma taxa um pouco melhor (3,5%), assim como a Alemanha (3,2%) e o Japão (2,6%). Estes países ficaram em 89º, 92º e 96º, respectivamente, no ranking.
Por fim, vale destacar que a Austin Rating também fez projeções para a economia global neste ano. Em suma, as estimativas são um pouco menos pessimistas que as do FMI e indicam uma taxa de desemprego de 13% para o Brasil em 2022. Nesse caso, o país ocuparia a 11ºª posição no ranking.
“Ainda que a estatística tenha algum ajuste, a realidade não se muda. Ainda será uma posição lamentável”, afirmou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, autor do levantamento.
“Quando a gente pega aqueles países que são diretamente comparáveis com o Brasil, como Grécia, Peru e até a própria Argentina todos esses tem uma perspectiva melhor”, acrescentou Agostini.
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