Nesta quinta-feira, o Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), divulgou os dados relacionados ao emprego no Brasil. De acordo com a pesquisa, o país abriu 155.270 novos empregos com carteira assinada no mês de maio. É o quinto saldo positivo consecutivo, sendo fruto de 2.000.202 de admissões e 1.844.932 desligamentos formais realizados ao longo do último mês. Embora o resultado tenha sido positivo, ele mostrando uma tendência de desaceleração.
Nesse sentido, a desaceleração na criação de empregos formais vem sendo registrada desde o mês de fevereiro, quando foram confirmadas 247.937 contratações formais. Ao todo, no acumulado do ano, foram criados 865.360 novos postos de trabalho, sendo o resultado de 9.968.329 admissões e 9.102.969 desligamentos. Com isso, o país passou a ter 43,3 milhões de pessoas trabalhando formalmente nos setores públicos e privados do país.
Reforçando a tese e desaceleração na criação de postos de trabalho formais, o país registrou 44% a menos de novas contratações ao comparar os dados com maio de 2022. É importante lembrar que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados leva em conta apenas os trabalhadores com carteira assinada, sendo assim, não incluem os trabalhadores informais. Apenas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, pelo IBGE, faz o registro de trabalhadores informais.
“O que frustrou um número ainda melhor – o número é positivo, temos de lembrar isso, 155 mil não é desprezível de saldo positivo para o mês de maio – porém as nossas previsões eram para números ainda maiores. Trabalhávamos com a previsão mínima da ordem de 180 mil empregos. E é flagrante o que leva a esse processo. É exatamente ausência de crédito e, portanto, a ausência de crédito está vinculada diretamente aos juros praticados.”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Setor de serviços é o que mais gerou empregos
Segundo os dados do Caged, o setor de serviços foi o que teve melhor desempenho no mês de maio na criação de postos de trabalhos. Veja, abaixo, a quantidade de admissões realizadas por setor da economia:
- serviços: 521.540 empregos;
- comércio: 148.630 empregos;
- construção: 123.694 empregos;
- indústria: 59.660 empregos;
- agricultura: 11.841 empregos.
Na comparação por estado, 23 das 27 unidades da Federação registraram saldos positivos, sendo os maiores registrados em:
- São Paulo: 50.112 empregos (0,38%);
- Minas Gerais: 26.626 empregos (0,58%);
- Espírito Santo: 13.593 empregos (1,63%).
Por outro lado, os estados que registram os menores saldos em termos de postos de trabalho foram:
- Sergipe: -172 empregos (-0,06%);
- Rio Grande do Sul: -2.511 empregos (-0,09%);
- Alagoas: -8.188 (-2,10%).
Salários de admissão não teve ganho real
Embora os dados relacionados a criação de empregos tenha sido positivos, o mesmo não foi aplicado ao salário médio de admissão. De acordo com o Caged, a média salarial dos novos admitidos foi de R$2004,57 em maio deste ano, o que aponta uma queda real (descontando a inflação) em relação a abril (R$2022,83). Contudo, em comparação com 2022, o salário médio de admissão foi maior, na época, o valor era de R$1969,02.
Uma das explicações fundamentais para que o salário médio de contratação tenha sido maior que o do ano passado é o fato de o novo salário mínimo já estar em vigor. Neste ano, foram dois aumentos, o primeiro levando em conta a inflação do ano passado e o segundo levando em consideração no cálculo o PIB. A expectativa é que os trabalhadores passem a ter ganho real no aumento de seus salários, ou seja, aumentos maiores que a inflação.