Após seis meses da Cúpula do Clima (COP 26) que ocorreu em Glasgow, os planos e os principais compromissos assumidos pelo Brasil na reunião continuam apenas no papel. Com o desmatamento da Amazônia cada vez mais evidente e as emissões de gases do efeito estufa em alta, o país se aproxima da vigésima sétima edição.
Durante a reunião na Escócia, o Brasil se propôs a zerar o desmatamento ilegal até 2018, ser um exemplo no reflorestamento e reflorestar cerca de 18 milhões de hectares até 2030, reuzir emissões de metano e também recuperar 30 milhões de hectares de pastagens.
Além disso, durante a Cúpula do Clima, o país também se comprometeu a cortar pela metade a emissão de gases no efeito estufa até 2030, atingir a neutralidade climática, ou seja, possuir saldo neutro entre emissões e absorções de carbono e ter aumentar para mais de 45% sua fonte energética com base nas energias renováveis.
Como andam os projetos proposto na Cúpula do Clima
O Brasil possui alguns dos planos projetados na Cúpula do Clima, como a redução da emissão de metano, tomam forma. Outros assuntos, como o fim do desmatamento ilegal, não parecem nem ter iniciado. Existem avanços como o decreto para o mercado regulado de carbono e as metas das emissões setoriais e incentivos com créditos de carbono.
Além disso, o Brasil se comprometeu a zerar a derrubada ilegal das florestas até 2028. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em abril, pela primeira vez para o mês, o desmatamento na Amazônia ficou acima de mil quilômetros quadrados, uma área equivalente a mais de 140 mil campos de futebol.
O país teve em 2020 um aumento de 9,5% nas emissões de gases do efeito estufa em relação a 2019. A tendência mundial no mesmo ano foi de queda de pouco mais de 7%. Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do observatório do clima.
Pressão estrangeira e o compromisso de metano
Após pressão dos Estados Unidos, o Brasil aderiu ao compromisso estabelecido na Cúpula do Clima. O documento prevê reduzir as emissões de gás em 30% até 2030, ante os níveis de 2020.
Até 2030, 18 milhões de hectares precisam ser reflorestados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área estimada de florestas plantadas totalizou, em 2020, 9,3 milhões de hectares. Ou seja, nos próximos oito anos o País precisa dobrar esse número. Para a ex-ministra Izabella Teixeira, o momento é de implementação de ações e não de formulação de planos.
Nesse sentido, o Brasil empenhou sua palavra em recuperar 30 milhões de hectares de pastagens. Entre 2010 e 2018 houve redução de 26,8 milhões de hectares degradados, de um total de 170 milhões de hectares no país, de acordo com a Universidade Federal de Goiás.