O Brasil está vendendo petróleo como nunca visto anteriormente. Isso quem mostra é um levantamento publicado nesta quarta-feira (06) pelo jornal “Folha de S. Paulo”, que mostrou que, de janeiro até julho, dado mais recente, o país vendeu para o exterior 1,526 milhão de barris por dia, em média.
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De acordo com o levantamento, o saldo, isto é, a diferença entre exportações e importações, até agora, foi de 1,216 milhão de barris, o que é menor que o recorde anterior, registrado em 2020:1,332 milhão de barris.
Apesar disso, o saldo do valor de vendas e compras externas de petróleo, derivados e gás é, neste ano de 2023, a maior da história, cerca de US$ 12 bilhões até julho, ante os US$ 9,8 bilhões do mesmo período do ano passado.
Conforme o levantamento, até o começo deste mês, não havia perspectiva de que o preço do barril do tipo Brent fosse além de uns US$ 85. No entanto, a conjuntura mudou nesta terça-feira (05), pois a Arábia Saudita e Rússia disseram que irão prorrogar seus cortes de produção até dezembro.
O resultado dessa notícia foi o preço do barril do Brent chegando a US$ 90 na terça-feira (05), sendo que existem especulações de que o preço pode ir além, mesmo com sinais de desaceleração de Europa e China.
De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal em questão, os efeitos iniciais podem ser uma inflacionária tanto no Brasil quanto no exterior. Além disso, com o preço maior, podem esquentar as conversas sobre os reajustes da Petrobras, mesmo não havendo uma imediata a relação entre preços de derivados (diesel, gasolina etc.) e o custo do barril.
Por outro lado, constata-se que a combinação de exportação, preços e câmbio amplia o ganho de renda com o negócio de exportação de petróleo, sendo que o tamanho dos ganhos da Petrobras depender do que será feito do preço dos combustíveis.
“Em tese, um aumento de lucros da Petrobras, dados um certo nível de distribuição de dividendos e de tributação, aumenta também a receita do governo. A receita petrolífera se tornou muito relevante para as contas públicas”, relata o jornal.
Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o seu terceiro mandato, a Petrobras conteve os reajustes de preços e a distribuição de dividendos. Com menos dinheiro da estatal e outras receitas da exploração de petróleo, o déficit do governo acabou aumentando.
De dezembro do ano passado até julho deste ano, o pagamento de dividendos da Petrobras caiu cerca de 0,12% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, outras várias receitas de exploração de recursos naturais também caíram.
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