O número de pessoas endividadas atingiu o patamar mais alto já registrado no Brasil em 2021. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas alcançou mais um nível recorde em dezembro.
A saber, 76,3% das famílias do país estavam endividadas no último mês do ano. Esse é o maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010. Aliás, o indicador subiu 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior.
Este é o sétimo mês seguido de taxa recorde de endividamento e sucede as taxas de maio (68%), junho (69,7%), julho (71,4%), agosto (72,9%), setembro (74,0%), outubro (74,6%) e novembro (75,6%).
Com o acréscimo de todos esses resultados recordes, o nível de endividamento anual também foi o maior desde o início da pesquisa. Em resumo, o Brasil encerrou 2021 com uma taxa média de endividamento de 70,9%. A propósito, a CNC também destacou que o ano ficou marcado pelo aumento da busca das famílias brasileiras por crédito para sustentar o consumo.
Além disso, a pesquisa revelou que este foi o 12º aumento seguido do percentual de endividados no Brasil na base anual. A CNC divulgou os dados nesta terça-feira (18).
Inadimplência recua no ano
Embora o endividamento tenha crescido no ano, o percentual de famílias inadimplentes recuou em 2021. Em dezembro, a taxa teve uma leve alta de 26,1% para 26,2%. Contudo, o nível de inadimplência recuou 0,3 ponto percentual no ano passado, ficando em 25,2%, em média.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a demanda represada no Brasil devido à pandemia da Covid-19 impulsionou o endividamento em 2021. Ele afirmou que isso ocorreu, principalmente, devido ao aumento do consumo de serviços, que também elevou o uso do cartão de crédito.
“O processo de imunização da população possibilitou a flexibilização da pandemia, refletindo no aumento da circulação de pessoas nas áreas comerciais ao longo do ano, o que respondeu à retomada do consumo, principalmente de serviços”, disse Tadros.
Por fim, a dívida com cartão de crédito encerrou o ano no maior percentual da história (82,6%). Em seguida, ficaram os carnês de loja (18,1%), financiamento de carro (11,6%), financiamento de casa (9,1%), crédito pessoal (9,0%), crédito consignado (6,5%) e cheque especial (5,6%).
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