Na semana passada, o Ministério da Economia revelou que o Brasil criou 278,6 mil empregos em agosto. O valor é resultado da subtração do número de admissões no país (2,05 milhões) pelo de demissões (1,07 milhão) no mês. Aliás, os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Ao analisar microdados disponibilizados pelo Caged, a LCA Consultores divulgou um levantamento sobre os pedidos de demissões no país. Aliás, a instituição já havia confirmado no início do ano que o Brasil estava vivendo uma onda de demissões voluntárias, e isso permanece no segundo semestre.
De acordo com o estudo feito pela LCA, 632,798 mil pessoas abandonaram seus trabalhos em agosto. Isso quer dizer que 35,7% do total das demissões ocorridas no mês foram a pedido do trabalhador.
Em síntese, esse número é recorde da série, superando os dados de março deste ano, quando 603,136 mil pessoas pediram desligamento. A saber, os dados se referem ao mercado de trabalho formal, ou seja, às vagas com carteira assinada.
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Recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia
Segundo o levantamento, o Brasil sofre com o aumento das demissões voluntárias há um ano. Desde agosto do ano passado que os pedidos de desligamentos superam os 500 mil, com exceção de dezembro, quando houve 487,48 mil demissões a pedido do trabalhador.
De acordo com Bruno Imaizumi, responsável pela pesquisa, o grande destaque em agosto foi o setor de Atividades Administrativas e Serviços Complementares. Em resumo, este setor se refere principalmente a serviços prestados para edifícios e escritórios.
Imaizumi explicou que o recorde de demissões em agosto foi impulsionado pelo setor, “provavelmente refletindo a volta das empresas a modelos híbridos e presenciais”.
Além disso, o retorno do trabalho presencial, que perdeu força durante a pandemia, também impulsiona as demissões voluntárias. Isso porque muitos trabalhadores passaram a exercer suas atividades em home office, mas, com a melhora no quadro sanitário no Brasil, as empresas estão voltando ao trabalho presencial.
Ao perceber a diferença entre as modalidades, muitos profissionais repensam o retorno ao trabalho presencial. Por exemplo, não ter que pegar trânsito e passar mais tempo com a família vem pesando mais do que ter uma remuneração mais alta em um trabalho presencial.
“Com isso, para os trabalhadores que viram que essa modalidade não é benéfica em termos de qualidade de vida, essa volta ao ambiente de trabalho acaba pesando na escolha do profissional, que prefere trabalhar de casa em vez de pegar trânsito todos os dias”, disse Imaizumi.
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