Jair Bolsonaro (PL), presidente da república, afirmou neste domingo (28) que o Brasil adotará uma posição neutra com relação à guerra envolvendo a Rússia e a Ucrânia. O chefe do Executivo vinha sendo cobrado por não ter dado nenhuma declaração sobre o tema, ainda mais depois que desautorizou seu vice-presidente, Hamilton Mourão (PTRB) de comentar sobre o caso.
Segundo Bolsonaro, ele ligou e conversou neste domingo com Vladimir Putin e disse que essa neutralidade acontece porque uma tomada de posição poderia “trazer as consequências do embate para o país”. De acordo com o presidente, é um “exagero” falar que o que está acontecendo na Ucrânia é um “massacre”.
“O mundo todo está conectado que o que acontece a 10 mil km influencia no Brasil”, começou ele durante uma entrevista coletiva dentro do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde ele está hospedado e passará o Carnaval.
“Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, disse o presidente. “Estive falando há pouco com o presidente Putin, tratamos dos fertilizantes, do nosso comércio, ficamos duas horas ao telefone. Ele falou da Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, disse Bolsonaro.
Em outro momento, o presidente disse que o povo da Ucrânia “confiou em um comediante” para governar o país, fazendo referência a Volodimir Zelensky, chefe do Executivo ucraniano, que trabalhava na área antes de assumir o país. “O comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, o povo confiou em um comediante para traçar o destino da nação. Eu vou esperar o relatório da ONU para emitir a minha opinião”, afirmou.
Por fim, o presidente ainda voltou a defender um posicionamento neutro em relação ao conflito, pois, em sua visão, tomar partido de um lado poderia causar problemas ao Brasil. “Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil […] Agora, nós devemos entender o que está acontecendo, no meu entender, nós não vamos tomar partido, nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”, disse.
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