O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou nesta semana dados do mercado de trabalho do país. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, os trabalhadores brancos receberam bem mais do que os pretos e pardos.
Em resumo, a população ocupada branca ganhou, em média, 73,3% a mais do que a preta ou parda. A saber, os brancos ocupados tinham um rendimento médio real de R$ 3.056 em 2020. Já os pretos e pardos ocupados possuíam um rendimento de R$ 1.764 no mesmo período.
Além disso, o IBGE também revelou que não foram apenas os brancos que ganharam mais em 2020. Na verdade, os homens receberam 28,1% a mais que as mulheres. Em suma, os homens tiveram um rendimento médio real de R$ 2.608 no ano passado, enquanto as mulheres receberam R$ 2.037.
Segundo a pesquisa, as atividades econômicas com os menores rendimentos médios tiveram mais postos de trabalho ocupados por pretos e pardos, em detrimento de brancos. O IBGE cita os serviços domésticos, a agropecuária e o setor de construção como atividades com menores rendimentos historicamente.
Aliás, a população branca recebeu R$ 18,40 por hora em 2020. Esse valor ficou 69% maior que o rendimento-hora dos pretos e pardos (R$ 10,90). A propósito, os brancos receberam mais em todos os níveis de instrução, com destaque para o nível superior completo. Em síntese, o rendimento-hora do branco ocupado era de R$ 33,80, enquanto o dos pretos e pardos era de R$ 23,40.
Veja mais detalhes da pesquisa do IBGE
O IBGE também revelou uma forte queda da taxa de informalidade da população ocupada (41,1% para 38,8%). Contudo, mais uma vez, a taxa ficou bem diferente entre brancos (31,8%) e pretos e pardos (44,7%). Isso mostra que a população negra continua sofrendo para conseguir empregos formais no Brasil, pelo menos bem mais que a população branca.
Em relação ao nível de instrução, havia apenas 21,2% de trabalhadores informais dentre os que possuíam nível superior. Já o percentual de informalidade das pessoas com ensino fundamental incompleto ou sem instrução chegou a 60,3%, quase três vezes mais que a taxa do nível superior. Inclusive, pessoas deste nível tinham o maior percentual de ocupações com a carteira de trabalho assinada.
Por fim, o IBGE revelou que as mulheres representaram 41,7% da população ocupada do Brasil em 2020. No entanto, a taxa ficou em 52,4% em relação à população subocupada por insuficiência de horas (pessoas subutilizadas em seu trabalho, que poderiam trabalhar mais do que realmente o fazem).
Da mesma forma, os pretos e pardos representaram 53,5% dos ocupados do país no ano passado. Contudo, eram 64,5% dos subocupados do Brasil.
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