Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, confirmou nesta segunda-feira (27) que o general da reserva Walter Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa, deverá assumir o posto de vice no lugar de Hamilton Mourão (Republicanos), que disputará uma vaga pelo Senado no Rio Grande do Sul.
De acordo com as informações, o anúncio de Bolsonaro, feito durante sua participação no programa “4×4”, exibido no YouTube, foi feito sem que ele tivesse articulado o fato com os integrantes da ala política, especialmente do centrão.
“Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como vice”, disse Bolsonaro, que não relatou quando, de fato, o anúncio oficial deve acontecer. Conforme as informações, apesar de não ser novidade, a revelação de Bolsonaro tem como objetivo mudar o foco sobre o escândalo do Ministério da Educação (MEC).
Desde fevereiro, a escolha de Braga Netto já era dada como certa nos bastidores. Todavia, assim como publicou o Brasil123, integrantes do PP, PL e Republicanos, que compõem o centrão, pressionavam para que Bolsonaro escolhesse Tereza Cristina (PP), ex-ministra da Agricultura, para ser sua vice.
A ideia era tentar colocar uma mulher ao lado do presidente e, assim, tentar melhorar os números de Bolsonaro junto às eleitoras femininas, que compõem hoje um dos grupos que mais rejeitam o chefe do Executivo.
Apesar da ideia do centrão, Bolsonaro mantém sua opção por Braga Netto influenciado pela preocupação com o poder dado ao centrão. Segundo informações do jornal “O Globo”, Bolsonaro teme que, ao colocar um integrante do centrão como vice, corre o risco de sofrer uma tentativa de golpe em um eventual novo mandato.
Ainda conforme o jornal, o centrão ainda tentava emplacar Tereza Cristina. Para isso, tem batido na tecla que existe a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer, inclusive, no primeiro turno. Isso, com a ajuda maçante do eleitorado feminino.
Na semana passada, uma pesquisa do Datafolha mostrou que Lula tem 47% das intenções de voto e Bolsonaro, 28%. Já quando o assunto são especificamente as mulheres, a distância aumenta mais ainda. Isso porque Lula tem 49% das intenções de votos do público feminino, enquanto Bolsonaro tem apenas 21%.
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