Uma análise feita pelo Bradesco na sexta-feira (28) afirma que a queda mais intensa do que o esperado da taxa de desemprego, de 8,3% no trimestre móvel encerrado em maio para 8,0% no período até junho, mostra que o mercado de trabalho brasileiro continua forte no curto prazo.
Taxa de desemprego atinge menor patamar em quase uma década
“Os resultados do mercado de trabalho de junho corroboram o cenário de resiliência do emprego no curto prazo”, afirmaram economistas do banco em um relatório enviado aos seus clientes na sexta. Dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,0% no trimestre encerrado em junho.
Os dados sobre o desemprego ficaram abaixo da mediana da pesquisa “Projeções Broadcast”, que estimava 8,2. Segundo Conforme ajuste sazonal do Bradesco sobre os dados, o desemprego caiu de 8,1% para 8,0%. Na série mensalizada e com ajuste, a queda foi de 8,1% em maio para 7,8% em junho.
De acordo com o relatório do Bradesco, a expectativa é que o emprego deve começar a desacelerar no segundo semestre. Nesse sentido, o banco espera que a taxa média de desocupação fique em 8,3% este ano. Números revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, o trimestre encerrado em junho registrou a abertura de 85 mil vagas com carteira assinada no setor privado a mais em relação ao trimestre encerrado em março. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, 991 mil vagas foram criadas no setor privado.
Conforme os números, o total de pessoas com carteira assinada no setor privado foi de 36,773 milhões de trabalhadores no trimestre até junho, enquanto os sem carteira assinada somaram 13,109 milhões de pessoas, isto é, 303 mil a mais do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até junho de 2022, informou a pesquisa, foram criadas 66 mil vagas sem carteira no setor privado.
Além do setor privado, o público também tem registrado alta. Essa alta, inclusive, foi uma promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda quando ele era candidato ao posto. Nos últimos anos, sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), o número de concursos e contratações no setor público foram freados, sob a justificativa de que era preciso congelar os gastos com o setor.
Nesta sexta, os dados revelados pelo IBGE informam que o setor público teve 445 mil pessoas a mais no trimestre terminado em junho ante o trimestre encerrado em março, para um total de 12,23 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até junho de 2022, foram abertas 365 mil vagas.