Guilherme Boulos (PSOL), aposta de seu partido para alavancar a bancada da legenda na Câmara dos Deputados, afirmou na sexta-feira (13), durante entrevista à revista “Carta Capital”, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) insistirá nas “ameaças golpistas” com o objetivo de “criar caos”.
Para Guilherme Boulos, Bolsonaro tem criado essas polêmicas porque tem medo de que ele e seus filhos sejam presos em caso de derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais deste ano.
Durante a entrevista, o integrante do PSOL e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) destacou as constantes declarações de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral do país e os ataques aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para ele, as declarações do presidente têm dois objetivos:
- Criar uma “cortina de fumaça”;
- E aplicar um golpe político.
Para Guilherme Boulos, a “cortina de fumaça” visa tirar de foco temas como as altas nos preços dos combustíveis e as suspeitas de corrupção no governo, como a que ronda o Ministério da Educação (MEC), que perdeu seu ministro após o vazamento de um áudio em que ele aparecida dizendo que Bolsonaro determinou que a pasta priorizasse enviar verbas às prefeituras indicadas por pastores que não tinham cargos oficiais no órgão.
Já sobre o segundo motivo, Guilherme Boulos diz que há uma “intenção política real” de aplicar um golpe de estado, mesmo que Bolsonaro não tenha o apoio dos generais da ativa das Forças Armadas, que não respaldam a implantação de “um regime de exceção”.
“Sua postura não deixa dúvidas de que ele vai buscar criar o caos, uma vez derrotado, e vai apelar justamente para esses setores. Hoje, ele tem o desespero como guia: o medo de ser preso e ter ainda os filhos como companheiros de cela. Por isso, vai dobrar a aposta e não deve recuar das iniciativas golpistas, mesmo sem apoio institucional”, diz Guilherme Boulos.
Por fim, Guilherme Boulos ainda opina que as eleições deste ano “não serão normais” e isso exigirá “mais do que nunca forte organização popular e mobilização da sociedade”, pois “o destino do Brasil vai ser decidido nas urnas e nas ruas”.
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