Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito por São Paulo, defendeu nesta sexta-feira (18) que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), revogue eventuais nomeações feitas pelo atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), neste final de mandato.
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“Tem aquela história do apagar das luzes. No apagar das luzes, quer se fazer concessão, privatização. Você já tem a definição pelo voto popular de quem vai assumir a presidência a partir do dia primeiro de janeiro. Não faz sentido tomar medidas que têm consequências drásticas e futuras de um governo que não vai continuar”, afirmou o deputado em entrevista ao canal “Globo News”.
A declaração de Boulos, que hoje faz parte do grupo de Lula na transição, na área de cidades e habitação, vem após surgir a notícia de que Bolsonaro pode enviar, nos próximos dias, uma lista com indicações de pessoas para posições altas no Judiciário e para postos diplomáticos no exterior.
Recentemente o Brasil123 publicou que Bolsonaro pode, por exemplo, indicar 16 desembargadores de tribunais regionais federais, nomes esses que sequer precisarão passar pelo crivo do Senado Federal. O mesmo não acontece em eventuais indicações para diplomatas.
Isso porque, para este cargo, é necessária a aprovação de senadores durante uma sabatina na Casa. “Você querer aprovar embaixadores, nomeações que representam este governo, que tem mais um mês de duração, isso não faz sentido”, disse Boulos.
Bolsonaro fez nomeações recentes
No começo deste mês, após já ter perdido as eleições, Bolsonaro nomeou nove integrantes para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Dentre os indicados está Elizabeth Regina Nunes Guedes. Ela, presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), é irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O mandato da irmã de Paulo Guedes e dos outros indicados terá quatro anos. O conselho foi o responsável, por exemplo, pelas diretrizes sobre a educação de jovens e adultos e sobre o ensino em diferentes níveis em meio à pandemia da Covid-19. Além da indicação ao CNE, Bolsonaro também indicou o advogado André Ramos Tavares para uma vaga de ministro substituto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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