Nesta quinta-feira (07), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou sua renúncia à liderança do Partido Conservador. A decisão permitirá que o partido realize uma eleição para definir seu novo líder e, por consequência, um novo primeiro-ministro para o Reino Unido. Até que seu sucessor seja definido, Boris Johnson continuará no cargo.
“Eu concordei com Sir Graham Brady, líder dos parlamentares, que o processo de escolha desse novo líder deveria começar agora, e o cronograma será anunciado na próxima semana”, afirmou o premiê britânico. “E hoje eu nomeei um Gabinete para servir, como farei, até que um novo líder esteja no lugar”.
Boris Johnson afirmou que dará o “maior apoio que conseguir” ao novo líder. Em relação ao Parlamento britânico, o premiê britânico disse que “haverá muitas pessoas aliviadas e outras desapontadas” mas que quer que saibam o quanto ele está “triste de desistir do melhor trabalho do mundo”.
Escândalo no parlamento britânico
A situação de Boris Johnson foi se tornando insustentável à medida que a crise no governo aumentava, principalmente após 50 membros, entre ministros, secretários e auxiliares terem pedido demissão, alegando “falta de confiança” na gestão do primeiro-ministro britânico.
O escândalo começou após o jornal britânico The Sun publicar que, Chris Pincher, até então deputy chief whip, também da bancada do Partido Conservador no Parlamento, teria apalpado dois homens em um clube privado em Londres. Pincher, que foi nomeado ao cargo ainda em fevereiro por Boris, negou as acusações.
Contudo, pouco tempo depois, ele cedeu à pressão e renunciou ao cargo, admitindo estar bêbado na situação exposta pelo The Sun. A situação explodiu quando a mídia britânica divulgou pelo menos seis casos de conduta sexual inapropriada de Pincher nos últimos anos.
Boris Johnson afirmou que não sabia sobre as alegações realizadas em relação a Pincher antes do mesmo ter sido nomeado. Contudo, em 4 de julho, o porta-voz de Johnson afirmou que ele estava ciente de “alegações que foram resolvidas ou não avançaram para a fase de reclamação”, justificando que não seria apropriado interromper a nomeação de Pincher por “alegações sem fundamento”.
Além disso, o governo britânico também afirmou que o primeiro-ministro havia sido informado dos casos em 2019, mas que não conseguiu “lembrar disso” quando novas acusações chegaram na última semana. O comportamento do governo no caso resultou na perda de confiança no primeiro-ministro britânico.
Quem está cotado para a vaga de Boris Johnson?
A partir do momento em que Boris Johnson renunciou ao seu cargo, circulam diversos nomes que possam vir a substituir o primeiro-ministro britânico como líder do Partido Conservador.
Os nomes citados foram: Ben Wallace, Penny Mordaunt, Rishi Sunak, Jeremy Hunt, Liz Truss, Sajid Javid e Priti Patel. Ao que tudo indica, Johnson ficará no cargo pelo menos até setembro. Caso ele renunciasse imediatamente, a rainha poderia nomear um premiê interno até que o um novo membro do Partido Conservador fosse nomeado, contudo, esta seria uma situação bastante incomum.
Enquanto estiver no cargo, o primeiro-ministro manterá as mesmas funções, no entanto, não terá apoio para introduzir novas políticas, devendo se limitar a representações do Reino Unido pelo exterior e nomeações a cargos públicos.