Com unanimidade, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitaram o pedido de recurso da defesa do ex-presidente Bolsonaro nesta terça-feira, dia 14 de fevereiro. O caso em questão é sobre os documentos achados em que cita Bolsonaro e o esquema golpista após perder as eleições para Lula, ainda em 2022.
A minuta do golpe, considerada inconstitucional por especialistas, foi encontrada pela Polícia Federal durante buscas na casa do ex-ministro Anderson Torres e pregava instaurar estado de defesa na Corte e mudar o resultado das eleições de 2022.
Vale lembrar que as buscas se deram após os atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília, no início de janeiro. A pedido do PDT, esse fato foi incluído na investigação que corre no TSE contra Bolsonaro. Nessa ação, Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores em julho, quando fez ataques sem provas ao sistema eleitoral.
Ataques contra o sistema eleitoral e acusações sem provas, podem levar à inelegibilidade de políticos e é isso que preocupa o ex-presidente e sua defesa.
Adição de provas contra Bolsonaro
Durante o julgamento de ministros do TSE, eles também consideraram que as ações da investigação podem receber elementos que se destinem a esclarecer desdobramentos dos fatos narrados no pedido de inelegibilidade.
Nesse sentido, essa decisão tomada pelo TSE é uma defesa contra possíveis questionamentos futuros, ou seja, para evitar que as partes questionem a produção de provas que não tenham conexão direta com o pedido inicial.
Assim como ocorreu com a tentativa de cassar a chapa de Dilma e Temer, em 2017, a defesa de Bolsonaro poderá trabalhar em cima disso, para tentar alegar que o TSE extrapolou o que inicialmente havia na investigação.
O ex-presidente pretende voltar ao Brasil em breve
O ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, deu uma entrevista a um jornal norte-americano e citou que pretende voltar ao Brasil no mês de março.
O ex-presidente viajou para Orlando, nos Estados Unidos, no penúltimo dia de terminar o seu mandato. Desde então, está hospedado na casa de um amigo em um condomínio da cidade. Em algumas aparições nas redes sociais, Bolsonaro postou fotos comendo em redes de fast food. Ele também proferiu algumas falas públicas em eventos locais.
Durante a entrevista, Bolsonaro disse que sua viagem foi sim para tentar previamente uma possível prisão e citou o que ocorreu com o ex-presidente Temer, que foi preso após três meses do término do seu mandato. Na época a alegação foi sobre um possível esquema de corrupção nas obras da Usina Angra 3, Michel Temer nega.
Por fim, o ex-presidente reconheceu sua derrota nas urnas, mas disse que voltará ao Brasil para ser o principal líder da Direita no Brasil, que fará oposição ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, Bolsonaro acrescentou: “o movimento de Direita não está morto.”