Advogados que formam a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relataram, nesta terça-feira (16), que o ex-chefe do Executivo abriu uma conta bancária nos Estados Unidos no final do ano passado e transferiu mais de R$ 600 mil. O motivo, segundo os profissionais, foi que Bolsonaro acreditava que a “economia brasileira iria de mal a pior” com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Essa declaração aconteceu durante uma entrevista coletiva convocada pelos advogados para que fosse possível apresentar as versões sobre movimentações financeiras que envolvem o ex-presidente. Na coletiva, os defensores disseram que Bolsonaro transferiu, pelo Banco Central, todo dinheiro que tinha em uma conta poupança no Brasil.
Os profissionais explicaram que a abertura da conta bancária do ex-presidente nos EUA, em dezembro do ano passado, não teve relação com a viagem de Bolsonaro, que chegou ao país no mesmo mês e, por lá, ficou até março deste ano.
Durante a coletiva, os advogados de Bolsonaro também saíram em defesa Michelle Bolsonaro e do tenente-coronel Mauro Cid, apresentando suas versões sobre os fatos noticiados no último fim de semana envolvendo pagamentos em dinheiro vivo das despesas da ex-primeira-dama pelo ajudante de ordens do então chefe do Executivo.
De acordo com a defesa, Mauro Cid era o responsável por sacar rotineiramente, na agência do Palácio do Planalto, valores em espécie da conta do ex-chefe do Executivo para pagar despesas da família Bolsonaro – depois, disseram os advogados, ele tinha sempre que apresentar uma planilha com os gastos e os saques, além dos recibos dos pagamentos.
Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e de sua esposa, apresentou, inclusive, a suposta tabela com os gastos mensais do ex-presidente pagos com dinheiro vivo. Conforme o defensor, existe um livro-caixa que será entregue para os investigadores. Ao todo, foram sacados da conta pessoal do ex-mandatário R$ 634.250 em quatro anos. Este valor foi divido em:
- 2019: R$ 129.160;
- 2020: R$ 147.790;
- 2021: R$ 171.000;
- 2022: R$ 186.300.
De acordo com Fábio Wajngarten, esse procedimento foi adotado desde o início do mandato do político do PL por preocupação com fraudes em sua conta. Ainda conforme o defensor, essa estratégia era utilizada no pagamento de despesas pessoais que não são permitidas para pagamento com o cartão corporativo da presidência, como, segundo exemplo apresentado pelo defensor, absorventes íntimos femininos.
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